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Suzane evita olhar para o ex-namorado
A estudante e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos sentaram-se lado a lado por 40 minutos ontem no plenário do júri
Filha dos Richthofen usou calça jeans e blusa branca, enquanto os dois rapazes trajavam o uniforme da prisão e ficaram algemados
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
Sentados lado a lado por cerca de 40 minutos, Suzane von
Richthofen e os irmãos Daniel
(seu ex-namorado) e Cristian
Cravinhos evitaram se olhar,
no plenário do tribunal do júri,
em São Paulo. Apesar da proximidade, ela ora baixava a cabeça, ora virava o rosto para o lado
para não ver os dois irmãos.
Em prisão domiciliar desde
segunda-feira da semana passada, Suzane foi a primeira dos
três réus a entrar no plenário
do júri ontem. De calça jeans,
blusa branca e botas, ela não
usava algemas.
Daniel e Cristian, presos em
uma penitenciária em Itirapina
(213 km de SP), entraram no
plenário um minuto depois. De
chinelos, camisa branca e calça
amarela -uniforme do sistema
prisional-, os dois permaneceram todo o tempo algemados.
Quando os irmãos se levantaram para explicar ao juiz a ausência de seus advogados, Suzane virou o rosto para não ver
o ex-namorado e o irmão dele.
Os irmãos Cravinhos já tinham sido retirados do plenário quando Suzane falou uma
única vez. Ela repetiu ao juiz
Alberto Anderson Filho os nomes de seus advogados.
Falou tranqüilamente, bem
diferente do depoimento emocionado que prestou em dezembro de 2002, no começo do
processo criminal que tramita
no 1º Tribunal do Júri.
Aplausos e risos
Desta vez, coube ao público
as reações mais emotivas durante as duas horas e 20 minutos da sessão.
Integrantes da platéia aplaudiram as palavras do promotor
Roberto Tardelli e reagiram
com risos de ironia às intervenções do advogado Mauro Otávio Nacif, que defende Suzane.
Em julgamentos de menor
visibilidade, a platéia é proibida
de se manifestar.
Um dos momentos de maior
agitação da platéia ocorreu
quando Nacif pediu a ajuda do
próprio promotor para adiar o
julgamento de Suzane.
A discussão entre o juiz Alberto Anderson Filho e o advogado Nacif, que afirmou que o
juiz foi "arbitrário" e "intransigente", também mereceu reações acaloradas da platéia.
Muitas das respostas do juiz
foram recebidas com aplausos.
"A mudança de data é um capricho do senhor", afirmou o juiz
ao advogado de Suzane.
Frustração
A transferência do júri para o
dia 17 de julho deixou a platéia
frustrada. "Como cidadã brasileira, estou muito chateada.
Vim na esperança de que iria
ver a Justiça trabalhando", afirmou a estudante de direito Maria Beatriz Grella Vieira, 22.
O funcionário público Sérgio
Murilo, 33, uma das 80 pessoas
sorteadas para assistir ao julgamento -pelo menos 4.000 se
inscreveram-, afirmou que
saía decepcionado. "Saio sem
ver a Justiça ser praticada. É
muita frustração", afirmou.
Suzane deixou o plenário pela porta de trás, de cabeça baixa
e acompanhada por cerca de
dez PMs. Os policiais que a
acompanhavam correram até
um elevador junto com ela, despistando os curiosos.
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