São Paulo, terça-feira, 06 de junho de 2006

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Para promotor, artifício da defesa "foi um deboche"

DA REPORTAGEM LOCAL

O promotor Roberto Tardelli classificou de "rasteira, vulgar e deboche" a manobra da defesa de Suzane von Richthofen de abandonar o julgamento ontem no Fórum da Barra Funda. De acordo com ele, os advogados da jovem são "picaretas" que maculam a imagem dos advogados.
"Foi um deboche. Classifico como uma manobra rasteira, uma coisa vulgar", afirmou. "A gente tem de tomar conta e policiar as palavras agora, mas a vontade é fazer com que as pessoas não confundam esses picaretas com o que há de melhor na advocacia." É uma referência à equipe responsável por defender Suzane, comandada pelo advogado Mauro Nacif.
Para Tardelli, a intenção de abandonar o júri estava premeditada. "Eles vieram dispostos e combinados para esse deboche. De novo, ensaiaram uma cena. De novo, armaram um circo, com todo respeito ao circo. Só que desta vez pegou mal."
O representante do Ministério Público Estadual afirmou ainda ter ficado surpreso com o abandono do júri por parte dos defensores de Suzane, especialmente porque Mauro Nacif declarara, anteriormente, passar o fim de semana inteiro em preparação para o júri com a ré.
"Não podíamos contar sequer em pesadelo que estivéssemos diante de dois indivíduos desta espécie. A Justiça presume a boa-fé das pessoas."
Se dedicou quase toda a entrevista para atacar Nacif e os demais advogados de Suzane, Tardelli elogiou a postura do presidente do 1º Tribunal do Júri de São Paulo, juiz Alberto Anderson, a quem chamou de "cavalheiro". Segundo o promotor, ao juiz não havia alternativa senão a suspensão do julgamento. "Havia duas pessoas muito distintas [no júri]. Um é um cavalheiro, o outro a gente viu quem era. Acho que o que o doutor Anderson fez foi para preservar seu sentido próprio de dignidade. Foi para deixar claro ao advogado e às pessoas que eles são diferentes [dos advogados de Suzane]."
Com os advogados dos irmãos Cravinhos, que não compareceram ao júri, Tardelli demonstrou maior compreensão. "A ausência dos advogados dos irmãos Cravinhos tem como justificar. Agora faz sentido a revolta deles [defesa de Suzane] com a transmissão do júri. Imagine se a população visse o que aconteceu."


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