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Para promotor, artifício da defesa "foi um deboche"
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor Roberto Tardelli
classificou de "rasteira, vulgar e
deboche" a manobra da defesa
de Suzane von Richthofen de
abandonar o julgamento ontem no Fórum da Barra Funda.
De acordo com ele, os advogados da jovem são "picaretas"
que maculam a imagem dos
advogados.
"Foi um deboche. Classifico
como uma manobra rasteira,
uma coisa vulgar", afirmou. "A
gente tem de tomar conta e policiar as palavras agora, mas a
vontade é fazer com que as pessoas não confundam esses picaretas com o que há de melhor
na advocacia." É uma referência à equipe responsável por
defender Suzane, comandada
pelo advogado Mauro Nacif.
Para Tardelli, a intenção de
abandonar o júri estava premeditada. "Eles vieram dispostos e
combinados para esse deboche.
De novo, ensaiaram uma cena.
De novo, armaram um circo,
com todo respeito ao circo. Só
que desta vez pegou mal."
O representante do Ministério Público Estadual afirmou
ainda ter ficado surpreso com o
abandono do júri por parte dos
defensores de Suzane, especialmente porque Mauro Nacif declarara, anteriormente, passar
o fim de semana inteiro em
preparação para o júri com a ré.
"Não podíamos contar sequer em pesadelo que estivéssemos diante de dois indivíduos desta espécie. A Justiça
presume a boa-fé das pessoas."
Se dedicou quase toda a entrevista para atacar Nacif e os
demais advogados de Suzane,
Tardelli elogiou a postura do
presidente do 1º Tribunal do
Júri de São Paulo, juiz Alberto
Anderson, a quem chamou de
"cavalheiro". Segundo o promotor, ao juiz não havia alternativa senão a suspensão do
julgamento. "Havia duas pessoas muito distintas [no júri].
Um é um cavalheiro, o outro a
gente viu quem era. Acho que o
que o doutor Anderson fez foi
para preservar seu sentido próprio de dignidade. Foi para deixar claro ao advogado e às pessoas que eles são diferentes
[dos advogados de Suzane]."
Com os advogados dos irmãos Cravinhos, que não compareceram ao júri, Tardelli demonstrou maior compreensão.
"A ausência dos advogados dos
irmãos Cravinhos tem como
justificar. Agora faz sentido a
revolta deles [defesa de Suzane] com a transmissão do júri.
Imagine se a população visse o
que aconteceu."
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