São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

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Em conferência gay, Lula defende causa e posa para foto com boné

LETÍCIA SANDER
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em discurso de improviso ontem à noite na 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse orgulhoso pelo momento de "reparação" vivido no Brasil e se colocou ao lado do público, ao dizer que conhece o preconceito de suas próprias "entranhas". "Talvez seja a doença mais perversa e impregnada na cabeça do ser humano", classificou.
Aplaudido a toda hora pelo público, o presidente posou para fotos segurando uma bandeira do movimento gay e com um boné do grupo na cabeça (ambos com o arco-íris). A imagem foi tachada de "histórica" pelos participantes. Ele comparou o ato ao dia em que colocou um boné do movimento sem-terra: "Nunca apanhei tanto".
Ao assumir um tom de defensor das minorias, Lula disse que "ninguém pergunta a opção sexual de vocês quando vão pagar Imposto de Renda". E questionou: "Por que então discriminam na hora em que vocês decidem o que fazer com o corpo de vocês?".
Apesar do tom, Lula não fez nenhuma referência à polêmica prisão do sargento Laci de Araújo, 36, homossexual assumido. O companheiro dele, o sargento Fernando Alcântara de Figueiredo, estava ontem no evento e foi disputado para tirar fotos com os participantes.
O presidente levou seis ministros à conferência e lamentou que mais deputados e senadores não tivessem comparecido. "Porque, ao mesmo tempo, eles iriam tomar um susto e iriam fazer uma exclamação: "São iguais a mim", e, quem sabe, voltassem para a atividade com menos ranço e preconceito."


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