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Em conferência gay, Lula defende causa e posa para foto com boné
LETÍCIA SANDER
JOHANNA NUBLAT
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso de improviso
ontem à noite na 1ª Conferência Nacional de Gays, Lésbicas,
Bissexuais, Travestis e Transexuais, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva se disse orgulhoso
pelo momento de "reparação"
vivido no Brasil e se colocou ao
lado do público, ao dizer que
conhece o preconceito de suas
próprias "entranhas". "Talvez
seja a doença mais perversa e
impregnada na cabeça do ser
humano", classificou.
Aplaudido a toda hora pelo
público, o presidente posou para fotos segurando uma bandeira do movimento gay e com
um boné do grupo na cabeça
(ambos com o arco-íris). A imagem foi tachada de "histórica"
pelos participantes. Ele comparou o ato ao dia em que colocou
um boné do movimento sem-terra: "Nunca apanhei tanto".
Ao assumir um tom de defensor das minorias, Lula disse que
"ninguém pergunta a opção sexual de vocês quando vão pagar
Imposto de Renda". E questionou: "Por que então discriminam na hora em que vocês decidem o que fazer com o corpo de
vocês?".
Apesar do tom, Lula não fez
nenhuma referência à polêmica prisão do sargento Laci de
Araújo, 36, homossexual assumido. O companheiro dele, o
sargento Fernando Alcântara
de Figueiredo, estava ontem no
evento e foi disputado para tirar fotos com os participantes.
O presidente levou seis ministros à conferência e lamentou que mais deputados e senadores não tivessem comparecido. "Porque, ao mesmo tempo,
eles iriam tomar um susto e
iriam fazer uma exclamação:
"São iguais a mim", e, quem sabe, voltassem para a atividade
com menos ranço e preconceito."
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