São Paulo, sexta-feira, 06 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Companheiro de Laci é barrado no Senado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O sargento Fernando Alcântara de Figueiredo foi barrado ontem por seguranças do Senado que consideraram sua roupa "inadequada" para ir ao plenário. O sargento vestia malha vinho, gravata azul e terno cinza emprestado pelo gabinete do senador Eduardo Suplicy (PT-SP).
Figueiredo foi ontem à Casa para se reunir com parlamentares que acompanham seu caso e o de seu companheiro, Laci de Araújo, preso anteontem, sob acusação de deserção.
Com a ida ao plenário vetada, o sargento então seguiu para uma reunião no gabinete de Suplicy, com os senadores José Nery (PSOL-PA) e Fátima Cleide (PT-RO) e a deputada federal Cida Diogo (PT-RJ).
A deputada disse que um advogado que assessora a bancada do PT irá acompanhar o caso do casal e pedir um habeas corpus para o sargento Laci de Araújo. "Não foi deserção. Ele está com problemas de saúde", disse a deputada.
Fátima Cleide defendeu o fim do crime militar pela prática de pederastia e outros "atos libidinosos", "para que nenhum jovem possa se submeter a esse constrangimento", embora o Exército negue que a prisão tenha relação com o fato de ele ser homossexual.

Visita a Araújo
Antes da reunião, Suplicy e Nery foram ao Hospital Geral de Brasília visitar o companheiro de Alcântara.
De acordo com o senador petista, o encontro todo foi filmado. Araújo, segundo ele, parecia abalado psicologicamente.
Suplicy disse ter recomendado ao sargento que, se quisesse sair da carreira militar, escrevesse uma carta dirigida ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, e ao comando do Exército, manifestando essa intenção. De acordo com o senador, Araújo aceitou a sugestão.


Texto Anterior: Exército vai manter sargento gay preso
Próximo Texto: Em conferência gay, Lula defende causa e posa para foto com boné
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.