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Companheiro de Laci é barrado no Senado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O sargento Fernando Alcântara de Figueiredo foi
barrado ontem por seguranças do Senado que consideraram sua roupa "inadequada" para ir ao plenário. O sargento vestia malha vinho,
gravata azul e terno cinza
emprestado pelo gabinete do
senador Eduardo Suplicy
(PT-SP).
Figueiredo foi ontem à
Casa para se reunir com parlamentares que acompanham seu caso e o de seu
companheiro, Laci de Araújo, preso anteontem, sob
acusação de deserção.
Com a ida ao plenário vetada, o sargento então seguiu
para uma reunião no gabinete de Suplicy, com os senadores José Nery (PSOL-PA)
e Fátima Cleide (PT-RO)
e a deputada federal Cida
Diogo (PT-RJ).
A deputada disse que um
advogado que assessora a
bancada do PT irá acompanhar o caso do casal e pedir
um habeas corpus para o
sargento Laci de Araújo.
"Não foi deserção. Ele está
com problemas de saúde",
disse a deputada.
Fátima Cleide defendeu
o fim do crime militar pela
prática de pederastia e
outros "atos libidinosos",
"para que nenhum jovem
possa se submeter a esse
constrangimento", embora o
Exército negue que a prisão
tenha relação com o fato de
ele ser homossexual.
Visita a Araújo
Antes da reunião, Suplicy e
Nery foram ao Hospital Geral de Brasília visitar o companheiro de Alcântara.
De acordo com o senador
petista, o encontro todo
foi filmado. Araújo, segundo
ele, parecia abalado psicologicamente.
Suplicy disse ter recomendado ao sargento que, se quisesse sair da carreira militar,
escrevesse uma carta dirigida ao ministro da Defesa,
Nelson Jobim, e ao comando
do Exército, manifestando
essa intenção. De acordo
com o senador, Araújo aceitou a sugestão.
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