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Jornalismo da USP se opõe a exame
da Reportagem Local
O Conselho do Departamento de
Jornalismo e Editoração da Escola
de Comunicações e Artes (ECA)
da USP divulgou ontem documento em que se coloca contra o
provão e apóia os alunos que quiserem deixar a prova em branco.
O documento, enviado também
ao MEC, pede também que as autoridades de ensino "cancelem
esse provão e instaurem um mecanismo mais aberto de discussão de
formas de avaliação nas escolas".
Segundo o chefe do departamento, Bernardo Kucinski, a decisão de se opor ao provão foi tomada pelo conselho depois de uma
assembléia conjunta de alunos e
professores.
Kucinski criticou o fato de o
MEC não ter comparecido a uma
reunião conjunta com 21 escolas
de jornalismo do Estado, marcada
para o dia 23 de maio.
"Apesar de terem passagem e
hospedagem paga, os membros da
comissão que fez o exame não
compareceram. Esse provão de
jornalismo foi muito mal encaminhado", disse Kucinski.
Ele questionou também o critério adotado para as provas.
"Quem disse que uma questão
que pede para escrever um texto
identifica um bom jornalista?"
O documento defende que a avaliação dos cursos de jornalismo
deve fazer parte de "uma ação
mais efetiva para a melhoria desses cursos e de discussão mais ampla da política educacional".
No texto enviado ao MEC, o
conselho também critica a "distorção" criada pelo provão ao gerar a criação de cursinhos preparatórios nas universidades.
Segundo Rafael Gioelli, coordenador do centro acadêmico da faculdade, em debates e reuniões
com os alunos, a entidade defendeu que eles não fizessem a prova
ou pelo menos colassem um adesivo de protesto. Ele disse ainda que
os alunos estão divididos.
Na ECA, foram convocados para
o provão 59 alunos de jornalismo.
O Inep, instituto do MEC responsável pela avaliação, considerou a decisão da ECA surpreendente e equivocada.
Segundo a assessoria de imprensa do instituto, as restrições da escola não foram feitas em nenhum
momento na época em que foram
pedidas sugestões de nomes para a
formação da comissão e quando
foram divulgadas as diretrizes do
exame, em fevereiro.
Para o Inep, a ECA, conhecida
como uma das melhores escolas
do país, deveria aproveitar o exame para confirmar isso.
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