São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998

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GREVE
Propostas serão discutidas pelos professores das federais na 2ª
Docentes já aceitam negociar reajuste diferenciado com MEC

da Sucursal de Brasília

A Andes (entidade que reúne os docentes das instituições de ensino superior) já aceita negociar com o MEC um reajuste diferenciado para os professores, que varia de 20,40% a 70,83%.
Até o início dessa semana, o comando nacional de greve defendia o aumento salarial linear de 48,65%.
A primeira proposta recebe a preferência da Andes. No entanto, as duas propostas serão colocadas em votação nas assembléias que a categoria realiza nos Estados até a próxima segunda-feira.
Os professores deverão escolher uma para ser apresentada como posição oficial da categoria ao MEC (Ministério da Educação) na terça-feira.
A proposta que recebe a preferência da Andes significa um reajuste médio de 47,17%, que incidirá sobre vencimento básico, sem considerar as vantagens pessoais, como gratificações e anuênios.
Ela privilegia o regime de dedicação exclusiva e incentiva os professores a obter a titulação de mestrado ou doutorado. Os professores com graduação e especialização também estão contemplados.
A proposta eleva o piso recebido hoje pelo professor de 1º e 2º graus de R$ 81,22 para R$ 145,00, o que corresponde a um reajuste de 78,53%. Na carreira de ensino superior, o vencimento básico do professor nível auxiliar 1 passa de R$ 122,31 para R$ 195,00.
Para incentivar os professores a buscar o aperfeiçoamento, a especialização, o mestrado ou o doutorado, será aplicado um acréscimo percentual por titulação, que varia de 5% a 80%. Ou seja, o professor com título de mestrado hoje tem um acréscimo no vencimento de 25%, que, caso a proposta seja aprovado, seria elevado para 40%.
A presidente da Andes, Maria Cristina Morais, disse que a primeira proposta é defendida com preferência porque possibilita corrigir distorções salariais que afetam a carreira da categoria.
Ela disse que essa proposta estimula a ascensão profissional dentro de um plano de carreira. "Estamos ampliando um incentivo que hoje já existe".
Esse item, segundo ela, é o ponto de divergência da proposta do MEC, que vincula reajuste salarial a um aumento do nível de produtividade, privilegiando aumento da carga horária na sala de aula em detrimento do trabalho de pesquisa e das atividades de extensão.

Pernambuco
Os médicos do Hospital das Clínicas da UFPE, em Recife (PE), decidiram ontem entrar greve na próxima terça-feira.
Um documento informando a decisão dos médicos foi enviado pela Adufepe (Associação dos Docentes da Universidade Federal de Pernambuco) para o comando nacional do movimento, em Brasília.
Os serviços essenciais do Hospital das Clínicas funcionarão normalmente durante a greve, segundo a diretora da Adufepe, Márcia Correia.
A categoria decidiu entrar em greve porque os professores que também trabalham como médicos tiveram os salários cortados.



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