São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice MEIO AMBIENTE Até o fim do ano, Sorocaba, Campinas e São José dos Campos terão estação de controle de qualidade do ar Cidades do interior poderão ter rodízio
CRISPIM ALVES
A secretária do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Stela Goldenstein, anunciou ontem que, até o final do ano, serão instaladas estações permanentes de medição da qualidade do ar em Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.
Outras cidades do interior do Estado (Jundiaí, Paulínia, Limeira, Ribeirão Preto e Santos) também deverão contar com estações de medição, mas ainda não há prazo para isso. A rede também será ampliada na Grande São Paulo. No total, serão 50 estações, a maioria na região metropolitana.
Com isso, a secretaria terá condições, já no próximo ano, de saber se essas cidades (as três primeiras) precisam ser incluídas no rodízio. Para isso, no entanto, a Assembléia precisa aprovar uma lei que autoriza a secretaria a tomar tal decisão.
Balanço divulgado ontem à tarde pela secretaria mostra que o número de multas aplicadas durante o rodízio aumentou 49% em relação ao ano passado.
Segundo o balanço, nas primeiras cinco semanas da operação deste ano foram aplicadas 406.309 multas a motoristas que desrespeitaram o programa de restrição de veículos. No mesmo período do ano passado, o número de autuações foi bem menor: 272.600.
A adesão ao rodízio nas primeiras cinco semanas se manteve praticamente igual : 96,5% neste ano contra 96,2% no ano anterior.
Durante a divulgação, Stela negou que o rodízio tenha provocado um efeito conhecido como "mexicanização", ou seja, a compra de um segundo veículo mais antigo para burlar o programa, como ocorreu no México.
Segundo Claudio Alonso, do Departamento de Qualidade Ambiental da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), de 96 a 97 houve, na verdade, uma diminuição na circulação de veículos considerados velhos em São Paulo.
Baseado em dados da frota circulante relativos ao mês de dezembro dos dois anos, Alonso afirmou que deixaram de circular na cidade 277 mil veículos cuja fabricação é anterior a 95.
Esses veículos teriam sido responsáveis pela emissão de 191 toneladas de monóxido de carbono.
No mesmo período, mostra o levantamento, outros 411 veículos -fabricados em 96 e 97- passaram a circular na cidade. No entanto, o impacto ambiental foi bem menor. Esses carros, dotados de equipamentos mais modernos de controle de emissão de poluentes, foram responsáveis por 21 toneladas de monóxido de carbono.
"É uma boa notícia. Daqui a alguns anos, o rodízio não se sustentará mais por causa do monóxido de carbono", declarou Alonso. Ele ainda não tem uma data prevista para isso.
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