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PALACE 2
Procurador-geral também pediu ao STF abertura de inquérito contra o ex-deputado
Polícia Federal vai investigar Naya
VANESSA HAIGH
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, pediu ao
STF (Supremo Tribunal Federal)
que abra inquérito contra Sérgio
Naya e que determine à Polícia Federal a investigação do envolvimento do ex-deputado no desabamento parcial do Edifício Palace 2.
O acidente matou oito pessoas em
fevereiro deste ano.
A pena prevista para o crime de
desabamento doloso (com intenção) é prisão de um a quatro anos.
Se o desabamento resultar em
morte, como foi o caso, a pena pode ser dobrada para dois a oito
anos de reclusão, como descrito
nos artigos 256 e 258 do Código
Penal.
A Polícia Federal tem 60 dias a
partir do pedido do Supremo para
concluir as investigações -prazo
que pode ser prorrogado. Brindeiro pede esclarecimentos sobre o
envolvimento de Naya com a
obra.
O procurador quer saber se Naya tinha conhecimento do andamento da construção e por que
permitiu a ocupação do prédio
antes que a carta do Habite-se fosse concedida pela Prefeitura do
Rio.
Naya já vem sendo investigado
pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas pelo fato de ser ex-deputado tem o direito de só poder ser
processado e julgado pelo Supremo. O foro privilegiado é garantido só para ações penais referentes
a crimes cometidos durante o
exercício do mandato do parlamentar.
Os processos civis contra Naya,
para pagamento de indenização às
vítimas, podem ser julgados pela
Justiça comum. Eles já estão tramitando no Rio.
A investigação da polícia carioca
indiciou indiretamente como responsáveis pelo desabamento o
próprio Naya, três engenheiros da
construtora Sersan (Sérgio Murilo
Domingues, Almir Maia Machado
e José Roberto Chendes) e o mestre de obras Raimundo da Cruz
Costa.
O inquérito tem 12 volumes e foi
encaminhado a Brindeiro pelo
procurador-geral de Justiça do
Rio, Hamilton Carvalhido. Tanto
Brindeiro quanto Carvalhido já
declararam que há evidências de
omissão por parte de Naya.
Quando o inquérito feito pela
Polícia Federal for concluído,
Brindeiro poderá apresentar a denúncia ao Supremo para que o julgamento das ações penais seja iniciado.
No início desta semana Brindeiro disse que poderá recomendar
ao STF que determine a prisão
preventiva de Naya. O procedimento é adotado quando há risco
de o acusado fugir do país.
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