São Paulo, sábado, 6 de junho de 1998

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Preso é considerado doente "fronteiriço'

da Reportagem Local

O psiquiatra forense Guido Palomba afirma que Francisco Costa Rocha foi considerado desde a primeira vez em que foi preso um psicopata fronteiriço, ou seja, uma pessoa que está entre a normalidade e a doença mental.
Isso não quer dizer que a pessoa alterne período de lucidez e de loucura. "A pessoa é sempre fronteiriça. Ela apresenta normalidade, mas é desprovida de sentimentos como a piedade e de valores éticos e morais. Ela sente, por exemplo, prazer em dar sofrimento às suas vítimas."
Segundo o médico, o fronteiriço é considerado irrecuperável. "É mais fácil tratar de um doente mental", diz.
Palomba explica que o psicopata fronteiriço, diferentemente do doente mental, não apresenta sintomas como alucinação ou delírios, que são sensíveis aos psicofármacos.
"O doente mental que comete crimes devido a uma alucinação, teoricamente, se eliminarmos as alucinações, acabamos com a possibilidade de crime."
O médico diz que não tem contato há muito anos com Chico Picadinho e que, por isso, não gostaria de emitir opinião sobre a possibilidade de ele ser solto.
"O que sei é que na história da psiquiatria não existe nenhum caso em que foi possível fazer nascer em um fronteiriço os valores éticos e morais." (RK)


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