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POLÍCIA
Ricardo Miranda foi preso acusado de chefiar quadrilha que comprava carros com documentos falsos para revender
Preso acusado de golpes de R$ 3 milhões
ANDRÉ MUGGIATI
da Reportagem Local
A Polícia Civil de São Paulo
prendeu ontem Ricardo Ramos de
Miranda, 31, acusado de ter aplicado pelo menos R$ 3 milhões em
golpes de estelionato.
Miranda é acusado de usar identidades falsas e de montar firmas
fantasmas para adquirir carros,
jet-skis, motocicletas e outros
bens que não eram pagos.
Ele já havia sido preso três vezes,
acusado de estelionato, o que atribui a uma perseguição da polícia.
Além de Miranda, foram presos
sua mulher, Simone Nascimento
Miranda, o cunhado José Antônio
do Nascimento e José Roberto da
Costa, que também fariam parte
da quadrilha.
Ontem, após o anúncio da prisão
de Miranda no 4º DP, na Consolação (centro de SP), dezenas de supostas vítimas suas foram à delegacia. Entre essas, estava uma advogada que o defendeu em um
processo, mas teria tido o cartão
de crédito furtado por ele. O cartão foi usado para compras de milhares de reais em Miami.
Policiais de três outras delegacias, em São Paulo e no Guarujá,
também reconheceram a fotografia de Miranda. Ele é acusado em
pelo menos 28 inquéritos policiais.
Segundo a polícia, para aplicar
os golpes, ele se identificava até
como coronel da Polícia Militar e
sócio do filho de Paulo Maluf.
A prisão de Miranda ocorreu
após denúncia anônima, sobre
golpes que teriam sido praticados
pela empresa Stanford Travel.
O delegado titular do 4º DP, Antônio Barbosa, investigou a empresa junto à Junta Comercial e
chegou a um dos "sócios", Sérgio
Gonçalves Ferreira. A polícia descobriu que Ferreira tinha tido os
documentos roubados e usados
para abrir a empresa.
No endereço da empresa, entretanto, a polícia encontrou a casa
onde Miranda vivia com os outros
acusados. A casa contava com forte esquema de segurança, com 12
PMs fazendo "bico".
Na noite de anteontem, a polícia
foi ao local com um mandado judicial e prendeu Simone Miranda
e os dois suspeitos. Quatro PMs
foram presos pela corregedoria da
PM e estão sendo investigados.
Ricardo Miranda não estava em
casa. Ele estava internado no hospital Albert Einstein, pois sofre de
esclerose múltipla (doença degenerativa dos músculos e articulações). Ontem, entretanto, ele teve
alta do hospital e foi preso.
Além do estelionato, Miranda é
suspeito de ser o responsável pelo
desaparecimento de Robson Luís
Vicentin, gerente do banco Nacional que trabalhava com leasing.
Ele teria se envolvido em golpes
com Miranda e desapareceu misteriosamente.
Segundo Barbosa, os golpes, de
Miranda no Brasil e no exterior,
podem atingir R$ 10 milhões. Não
se sabe o destino do dinheiro.
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