São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2007

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Anac prevê desafogar Congonhas em 1 mês

Para a agência, o aeroporto na zona sul de São Paulo representa 80% do problema de concentração do tráfego aéreo

Pressão para mudar malha é da FAB, mas idéia é que alteração seja temporária; restringir aeroporto a vôos sem escala é uma opção

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A diretora da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Denise Abreu, afirmou ontem à Folha que a solução para os problemas de concentração de tráfego aéreo em São Paulo (Congonhas) deve sair dentro de "no máximo um mês".
Sem entrar em detalhes, a diretora informou que a agência está desenvolvendo uma série de ações em parceria com a Infraero e com as empresas para resolver o caos nos aeroportos.
"Estamos fazendo articulações para resolver o impacto no terminal de São Paulo, que concentra 80% do problema. A forma de fazer isso ainda está em estudo", disse.
Não é a primeira vez que a agência determina um prazo para o fim da crise, que, apesar das promessas, já se estende há mais de nove meses.
Desafogar São Paulo significa, na prática, interferir na malha aérea das empresas.
Segundo a Folha apurou, a pressão para a mudança da malha parte do comando da Aeronáutica, mas a idéia é que ela tenha caráter temporário.
Já existe um esquema de emergência montado pela FAB para as alterações. Nesse caso, a Anac atuaria como suporte, vendo quais vôos podem ser cancelados ou transferidos.
O dilema do setor é como lidar com o crescimento da demanda. Em 2006, a demanda cresceu 12,3% e para este ano, a expectativa é de uma expansão da ordem de 17%.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, um dos primeiros passos seria excluir as conexões de Congonhas, para que o aeroporto deixasse de ser um centro de distribuição de vôos.
Segundo Paulo Bittencourt Sampaio, consultor em aviação, Congonhas (zona sul de SP) deveria ser usado apenas para vôos ponta a ponta (sem diversos trechos em seqüência) e para atender as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
O juiz federal Paulo Cezar Neves Junior, da 2ª Vara Cível Federal, deferiu ontem liminar que proíbe Congonhas de realizar pousos e decolagens fora do período das 23h às 6h, "em respeito ao necessário repouso noturno de sua vizinhança".
A decisão atende a ação civil pública proposta pela Associação dos Moradores e Amigos de Moema. O descumprimento acarretará multa de R$ 50 mil.
Esse horário está sendo cumprido desde sábado, após a liberação da pista principal. Durante as obras, o aeroporto operou das 5h30 à 0h.


Colaborou a Reportagem Local


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