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Anac prevê desafogar Congonhas em 1 mês
Para a agência, o aeroporto na zona sul de São Paulo representa 80% do problema de concentração do tráfego aéreo
Pressão para mudar malha é da FAB, mas idéia é que alteração seja temporária; restringir aeroporto a vôos sem escala é uma opção
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A diretora da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil), Denise Abreu, afirmou ontem à
Folha que a solução para os
problemas de concentração de
tráfego aéreo em São Paulo
(Congonhas) deve sair dentro
de "no máximo um mês".
Sem entrar em detalhes, a diretora informou que a agência
está desenvolvendo uma série
de ações em parceria com a Infraero e com as empresas para
resolver o caos nos aeroportos.
"Estamos fazendo articulações para resolver o impacto no
terminal de São Paulo, que concentra 80% do problema. A forma de fazer isso ainda está em
estudo", disse.
Não é a primeira vez que a
agência determina um prazo
para o fim da crise, que, apesar
das promessas, já se estende há
mais de nove meses.
Desafogar São Paulo significa, na prática, interferir na malha aérea das empresas.
Segundo a Folha apurou, a
pressão para a mudança da malha parte do comando da Aeronáutica, mas a idéia é que ela
tenha caráter temporário.
Já existe um esquema de
emergência montado pela FAB
para as alterações. Nesse caso,
a Anac atuaria como suporte,
vendo quais vôos podem ser
cancelados ou transferidos.
O dilema do setor é como lidar com o crescimento da demanda. Em 2006, a demanda
cresceu 12,3% e para este ano, a
expectativa é de uma expansão
da ordem de 17%.
Segundo especialistas ouvidos pela Folha, um dos primeiros passos seria excluir as conexões de Congonhas, para que
o aeroporto deixasse de ser um
centro de distribuição de vôos.
Segundo Paulo Bittencourt
Sampaio, consultor em aviação, Congonhas (zona sul de
SP) deveria ser usado apenas
para vôos ponta a ponta (sem
diversos trechos em seqüência)
e para atender as regiões Sul,
Sudeste e Centro-Oeste.
O juiz federal Paulo Cezar
Neves Junior, da 2ª Vara Cível
Federal, deferiu ontem liminar
que proíbe Congonhas de realizar pousos e decolagens fora do
período das 23h às 6h, "em respeito ao necessário repouso
noturno de sua vizinhança".
A decisão atende a ação civil
pública proposta pela Associação dos Moradores e Amigos de
Moema. O descumprimento
acarretará multa de R$ 50 mil.
Esse horário está sendo
cumprido desde sábado, após a
liberação da pista principal.
Durante as obras, o aeroporto
operou das 5h30 à 0h.
Colaborou a Reportagem Local
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