São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2007

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Custos dos imóveis podem subir com nova lei

Valor do sistema de aquecimento solar deve ser repassado a consumidores

Para Secovi, em um prédio de 20 andares, custo por apartamento ficaria até R$ 3.000 maior; lei foi sancionada por Kassab

RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A lei que obriga novos prédios e casas a terem sistema de aquecimento solar, publicada no "Diário Oficial" da Cidade anteontem, provocou reações do setor da construção civil. Representantes do mercado imobiliário afirmam que será inevitável repassar o custo das implantações ao consumidor.
Segundo Paulo Rewald, do Secovi (sindicato da habitação), em um prédio de 20 andares, o aumento pode ficar entre R$ 2.000 e R$ 3.000 por apartamento. O vice-presidente do Sinduscon (sindicato da construção civil), Francisco Vasconcelos, prefere não citar valores, mas afirma que o custo vai ser maior sim.
A lei sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) obriga os novos imóveis com até três banheiros a instalarem o sistema de aquecimento solar. O uso do sistema por aqueles com mais de três banheiros, entretanto, não está claro.
Em maio, o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, afirmou à Folha que em imóveis com até três banheiros o equipamento não seria necessário, mas a estrutura deveria estar preparada para recebê-lo. Com mais de três, teriam de ser construídos de maneira a permitir a fácil instalação futura. O item ainda deve ser regulamentado.
A aplicação da lei se estende a hotéis, clínicas, hospitais, escolas, indústrias e lavanderias que precisam de água aquecida.
Todos as construções (novas ou não) com piscina aquecida também são obrigadas a colocar o sistema. Pelo menos 40% de toda a água quente terá que vir da energia solar.
Para o coordenador do Centro de Energias Renováveis da Unesp, Teófilo de Souza, os custos podem cair, se forem utilizados materiais alternativos ao inox e ao cobre (mais comuns). Carlos Faria, diretor do departamento de energia solar da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), afirma que um preço maior na hora da compra seria compensado pela economia posterior de luz.
A prefeitura tem 120 dias para regulamentar a lei, e as construções que tiverem o início autorizado nesse período não precisam implantar o sistema.


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