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Custos dos imóveis podem subir com nova lei
Valor do sistema de aquecimento solar deve ser repassado a consumidores
Para Secovi, em um prédio de 20 andares, custo por apartamento ficaria até
R$ 3.000 maior; lei foi sancionada por Kassab
RAFAEL TARGINO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A lei que obriga novos prédios e casas a terem sistema de
aquecimento solar, publicada
no "Diário Oficial" da Cidade
anteontem, provocou reações
do setor da construção civil.
Representantes do mercado
imobiliário afirmam que será
inevitável repassar o custo das
implantações ao consumidor.
Segundo Paulo Rewald, do
Secovi (sindicato da habitação),
em um prédio de 20 andares, o
aumento pode ficar entre R$
2.000 e R$ 3.000 por apartamento. O vice-presidente do
Sinduscon (sindicato da construção civil), Francisco Vasconcelos, prefere não citar valores, mas afirma que o custo
vai ser maior sim.
A lei sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) obriga os novos imóveis com até
três banheiros a instalarem o
sistema de aquecimento solar.
O uso do sistema por aqueles
com mais de três banheiros, entretanto, não está claro.
Em maio, o secretário do
Verde e do Meio Ambiente,
Eduardo Jorge, afirmou à Folha que em imóveis com até
três banheiros o equipamento
não seria necessário, mas a estrutura deveria estar preparada para recebê-lo. Com mais de
três, teriam de ser construídos
de maneira a permitir a fácil
instalação futura. O item ainda
deve ser regulamentado.
A aplicação da lei se estende
a hotéis, clínicas, hospitais, escolas, indústrias e lavanderias
que precisam de água aquecida.
Todos as construções (novas
ou não) com piscina aquecida
também são obrigadas a colocar o sistema. Pelo menos 40%
de toda a água quente terá que
vir da energia solar.
Para o coordenador do Centro de Energias Renováveis da
Unesp, Teófilo de Souza, os
custos podem cair, se forem
utilizados materiais alternativos ao inox e ao cobre (mais comuns). Carlos Faria, diretor do
departamento de energia solar
da Abrava (Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento), afirma que um preço
maior na hora da compra seria
compensado pela economia
posterior de luz.
A prefeitura tem 120 dias para regulamentar a lei, e as construções que tiverem o início
autorizado nesse período não
precisam implantar o sistema.
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