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TELEFONIA
Empresas não conseguem se comunicar com suas filiais e registram prejuízos
Até importações são afetadas com falhas em interurbanos
da Reportagem Local
A mudança do sistema de ligações DDD (Discagem Direta à
Distância) provocou queda de
movimento e prejuízos para empresas que dependem de interurbanos em suas atividades.
A Quatro/A, uma das maiores
empresas na América Latina no
ramo de prestação de serviços em
telemarketing, registrou ontem,
em média, um volume de ligações
em torno de 40% do movimento
normal para uma segunda-feira.
Segundo o diretor de operações
da empresa, José Luiz Volpini, a
Quatro/A recebe diariamente na
matriz em São Paulo e nas filiais
em Porto Alegre, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte e Salvador cerca
de 350 mil ligações.
A Brazilian Comércio Exterior
Ltda., sediada em São Paulo, não
conseguiu, até as 12h, fazer contato com as suas filiais em Porto
Alegre, Manaus, Curitiba, Vitória
e Rio de Janeiro.
"Nós voltamos à Idade da Pedra. Estamos sem comunicação
com as nossas filiais, quer seja por
telefone, por Internet ou transmissão de dados", disse Paulo
Amorim, assessor da diretoria.
Segundo Amorim, a Brazilian
também teve problemas com ligações internacionais, de responsabilidade exclusiva da Embratel
(Empresa Brasileira de Telecomunicações).
Ele afirma que, até as 16h, a empresa havia conseguido fazer somente duas ligações para Miami,
nos Estados Unidos.
De acordo com o assessor, a falta de comunicação deve interromper um fluxo de importação
de cerca de duas toneladas em
mercadorias que deixarão de ser
trazidas do Japão para o Brasil.
Na transportadora HB Cargas, a
gerente comercial Tatiana Allers
afirma que a empresa havia recebido oito ligações até as 16h de ontem, o que representa menos de
10% do seu movimento diário.
"Nossa filial no Rio de Janeiro
conseguiu completar uma ligação
para cá até agora. Estou desde cedo tentando falar com eles, sem
sucesso", declarou Tatiana, que
estimou em 70% a queda no faturamento da empresa ontem.
Na TAM, os danos foram menores porque a companhia aérea
dispõe de linhas corporativas, de
uso exclusivo.
Normalmente destinadas à
transmissão de dados de passageiros e carga, ontem a linha foi
compartilhada pelos departamentos administrativos, que não
conseguiam comunicação pelas
linhas comuns.
Para o diretor da divisão de telecomunicações da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), Carlos de Paiva Lopes,
deve demorar pelo menos 15 dias
para o sistema recuperar a eficiência de antes da mudança.
"Houve mais problemas do que
imaginávamos", disse Lopes, que
é presidente do conselho administrativo da Ericsson, empresa
do ramo de telecomunicações.
O Grupo Pão de Açúcar informou que não conseguiu completar ontem -na primeira tentativa- 30% das ligações interurbanas. O grupo tem 331 lojas em 11
Estados, mas não registrou prejuízos ou atrasos no atendimento
de pedidos.
A Rhodia informou que as linhas telefônicas que servem Ribeirão Preto (319 km de SP) e o
Sul do país ficaram congestionadas durante todo o dia.
(EDUARDO OLIVEIRA, GONZALO NAVARRETE e RODRIGO VERGARA)
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