da Reportagem Local

da Folha Campinas
Num período de 24 horas -entre a manhã de terça e o meio-dia da última quarta-, o Hospital das Clínicas de São Paulo realizou cinco transplantes, quatro de rins e um duplo, de rim e fígado. Foi o recorde na instituição.
Os transplantes movimentaram uma equipe de cerca de 50 profissionais de saúde, entre eles 19 médicos. Cinco cirurgiões realizaram as operações,
Os pacientes beneficiados tinham entre 27 e 67 anos de idade e estavam na fila para transplantes havia mais de três anos. Um deles fazia sessões de hemodiálise diária há cerca de oito anos.
Quatro dos transplantes foram feitos com rins retirados de dois cadáveres, o que -segundo os médicos- revela que a população vem tomando consciência da importância da doação de órgãos.
"O número de doadores está aumentando, mas muita coisa ainda precisa ser feita", disse Willian Nahas, responsável pela equipe cirúrgica da unidade de transplante renal do HC. Neste ano, foram realizados cerca de 269 transplantes de rins na rede pública do Estado de São Paulo. O HC fez 42. No Cadastro Único para receptores de órgãos, criado pelo Sistema Estadual de Transplantes, 7.325 pacientes estão na fila esperando por um rim.
Entre os beneficiados pela maratona de transplantes desta semana está o metalúrgico aposentado Silvio Pereira, dois filhos, que completa 48 anos na próxima segunda-feira. "Durante cinco anos, sofri com a hemodiálise e a rejeição da sociedade", disse.
Cerca de 150 pessoas que precisam de um transplante de coração ou de fígado no complexo hospitalar da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) podem morrer por causa de uma redução nos índices de doação de órgãos no interior de São Paulo.
A Unicamp foi o centro de transplantes de órgãos que mais fez cirurgias no ano passado entre os oito credenciados no país.
No entanto, no mês passado, a Unicamp fez apenas um transplante de fígado, usando um órgão enviado por outro hospital.


Texto Anterior: Saúde: SUS vai ter centros para parto normal
Índice