da Sucursal de Brasília

O ministro da Saúde, José Serra, assinou ontem portaria que cria centros de parto normal no SUS (Sistema Único de Saúde) e inclui na tabela de procedimentos pagos pelo sistema as atividades desenvolvidas nesses centros.
O objetivo do projeto CPN é reduzir a mortalidade materna com o estímulo ao parto normal, por meio de um atendimento mais humanizado - ou seja, com uma relação mais próxima da parturiente e de sua família com o profissional da saúde.
"Queremos aumentar o índice de parto normal no Brasil, que é de 72%. A Organização Mundial de Saúde recomenda um índice de 85%", disse Serra.
O CPN foi inspirado em experiências já existentes em São Paulo (em Sapopemba, no sudeste da cidade) e no interior de Goiás. São casas que fazem parte do Programa de Saúde da Família e se destinam ao atendimento de gestantes que estejam se preparando para ter o parto normal.
A casa, que deve ser ligada a um hospital, é dirigida por uma enfermeira com especialização em obstetrícia, e não conta com a presença de médicos.
Na casa, são realizados os exames de pré-natal do último trimestre da gestação, o parto e o acompanhamento da mãe e do bebê 30 dias após o nascimento.
"A enfermeira faz o parto normal com a presença de familiares em um quarto comum, não é uma sala cirúrgica. A parturiente, em geral, volta para sua própria casa 11 horas depois de dar à luz, onde é acompanhada por visitas do agente comunitário de saúde, do enfermeiro e do médico da equipe do Saúde da Família", diz Ruth Osava, diretora da Casa do Parto de Sapopemba.
Segundo o coordenador do CPN no Ministério da Saúde, David Capistrano, uma das maiores dificuldades para a implantação do centro é a falta de enfermeiros com especialização em obstetrícia. "Em 20 anos, somente 1.700 desses profissionais foram formados no Brasil", afirmou.


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