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Atuação do grupo confunde
da Sucursal de Brasília
Uma das principais dúvidas da
Polícia Civil de Brasília em relação
ao caso é se o sequestro foi praticado por "amadores" ou "profissionais".
O governo do Distrito Federal e o
pai da vítima, o empresário Luiz
Estevão, acreditam que o crime foi
cometido por criminosos profissionais.
Para investigadores que atuam
no caso, o fato de os criminosos
não terem feito contato passadas
12 horas do sequestro é um sinal de
que o grupo tem experiência em
ações como essa.
Faria parte da lógica da "indústria do sequestro", segundo a polícia, criar um clima de ansiedade na
família, que ficaria mais vulnerável e disposta a pagar o resgate o
mais rapidamente possível.
Foi considerado também uma
ousadia o fato de o sequestro ter
ocorrido na porta de uma escola,
no momento da chegada dos alunos, numa área com grande movimentação de pessoas.
Amadorismo
Ao lado desse profissionalismo,
a polícia viu sinais de amadorismo.
Como o fato de os sequestradores
terem retirado os capuzes e se deixarem ver de tão perto por várias
testemunhas.
Primeiro foram vistos por um
professor da Escola Americana,
depois por um motorista de uma
Kombi escolar.
Os sequestradores também fugiram do local do crime com o freio
de mão do Fiat Tempra Preto acionado. Isso gerou uma piada preconceituosa, que confundiu a polícia num primeiro momento: só
uma mulher dirigiria de forma tão
desajeitada.
Assim as primeiras investigações
buscaram uma mulher entre o
grupo de sequestradores, o que foi
descartado mais tarde.
Outro fato que indicaria o amadorismo do grupo: ao perceber a
chegada da policial militar, eles
deram vários tiros dentro do carro, quebrando vidros e tendo ao
lado a vítima.
Segundo policiais ouvidos pela
Folha, essa atitude demonstra que
eles estavam despreparados para
surpresas como essas.
Poucos sequestros
De acordo com o secretário de
Comunicação do Distrito Federal,
Luiz Gonzaga Motta, a capital federal não tem grande incidência de
sequestros, o que levaria à suspeita
de que a ação teria sido planejada
por um grupo de outra região.
"Não estamos acostumados
com sequestros. A repercussão
desse caso nos preocupa", declarou Motta.
De 91 até agora, a Polícia Civil
atuou em somente sete sequestros
de grande porte. Desse total, seis
terminaram com o resgate do sequestrado.
O mais famoso deles foi o sequestro do empresário Wagner
Canhedo, principal acionista da
Vasp, em julho de 91. Canhedo
conseguiu fugir do cativeiro e os
cinco sequestradores acabaram
presos.
Por suspeitar que os sequestradores de Cleucy sejam profissionais, o governo do Distrito Federal
decidiu montar uma megaoperação para tentar solucionar rapidamente o caso e, com isso, afastar
possíveis criminosos interessados
em se "instalar" na capital federal.
"A gente tem de evitar, banir isso daqui. Temos de mostrar que
aqui não é como em outros lugares", afirmou o secretário de Comunicação.
(LF/WF)
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