UOL


São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Entidade irá levar casos à ONU

DA REPORTAGEM LOCAL

A ONG (organização não-governamental) Justiça Global encaminhou um informe à relatora especial sobre execuções sumárias da ONU, Asma Jahanjier, sobre a suposta tortura que resultou na morte do chinês naturalizado brasileiro Chan Kim Chang, 46.
Jahanjier virá no dia 16 ao Brasil para visitar Brasília e cinco Estados -Pernambuco, Pará, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro- e, de acordo com a diretora de pesquisa e comunicação da Justiça Global, Sandra Carvalho, deverá colher informações mais detalhadas sobre o caso.
Chang foi detido por agentes da PF no dia 25 de agosto, no Rio, ao tentar embarcar para os Estados Unidos com US$ 30 mil não declarados. Na noite de 27 de agosto, ele deu entrada no hospital Salgado Filho. Ele morreu anteontem.
Carvalho também disse que encaminhará um informe sobre o caso do garçom Valdinei Sabino da Silva, 25, aos relatores de detenções arbitrárias e relatos sobre tortura da ONU. Silva passou 16 dias preso, acusado de participar da morte do empresário José Nelson Schincariol, 60, em Itu.
O garçom disse que apanhou da polícia para confessar que seria um dos autores do homicídio. Seus parentes também dizem que policiais invadiram a casa da família sem mandado judicial.
"Temos visto casos semelhantes a esses se repetindo no país, principalmente quando policiais tentam dar uma resposta rápida à opinião pública", afirmou ela.
Sandra Carvalho disse que de junho de 2000 a junho de 2002, a entidade apontou 1.631 casos de tortura contra presos. Esse número refere-se apenas às denúncias formalizadas por detentos. "Informalmente, temos conhecimento de mais de 5.000 casos nesse mesmo período."


Texto Anterior: Série de erros de policiais marca o caso
Próximo Texto: Prisão da PF fechou após outra morte
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.