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Série de erros de policiais marca o caso
DA SUCURSAL DO RIO
O caso de Chan Kim Chang
apresenta uma série de erros ou
atitudes passíveis de crítica cometidas por policiais civis, federais e
agentes penitenciários.
Só ontem, depois da morte do
preso, a delegada da 24ª DP (Delegacia de Polícia), Danielle Bessa
Neto, acrescentou à investigação
aberta no último dia 27 de agosto
a suspeita de lesão corporal seguida de morte.
Antes, a ocorrência apurava
apenas supostos danos patrimoniais cometidos por ele na sala de
disciplina do presídio Ary Franco,
zona norte do Rio. Há pouco mais
de uma semana à frente da 24ª
DP, a delegada disse que incluiu o
crime de lesão corporal porque
agora há um morto.
O secretário de Direitos Humanos do Estado, João Luiz Pinaud,
criticou a prisão de Chan por policiais federais no aeroporto. Advogado e professor de direito, Pinaud classificou a prisão como
"arbitrária" e "desnecessária",
embora legal.
Para o criminalista Paulo Ramalho, a prisão foi um erro. Ele
acha que a PF deveria ter feito um
registro de ocorrência e confiscado o dinheiro (US$ 30 mil).
Chan morreu como preso: ficou
quatro dias algemado no hospital
Salgado Filho, onde deu entrada
no mesmo dia em que o juiz da 5ª
Vara Federal Criminal, Cassio
Monteiro Granzinoli, determinou
sua libertação imediata.
A direção do hospital informou
não ter sido notificada pela Secretaria de Administração Penitenciária para dispensar a custódia.
Ao ser internado, Chan não passou por exame de corpo de delito.
Somente seis dias depois, ao saber
do caso, o Ministério Público Federal, pediu o exame.
Para o chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, pelo menos um suposto erro foi proposital: duas salas
do presídio por onde Chan passou foram lavadas antes da perícia. "Não é erro, é má-fé mesmo."
(FABIANA CIMIERI E FERNANDA DA ESCÓSSIA)
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