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São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2003

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Série de erros de policiais marca o caso

DA SUCURSAL DO RIO

O caso de Chan Kim Chang apresenta uma série de erros ou atitudes passíveis de crítica cometidas por policiais civis, federais e agentes penitenciários.
Só ontem, depois da morte do preso, a delegada da 24ª DP (Delegacia de Polícia), Danielle Bessa Neto, acrescentou à investigação aberta no último dia 27 de agosto a suspeita de lesão corporal seguida de morte.
Antes, a ocorrência apurava apenas supostos danos patrimoniais cometidos por ele na sala de disciplina do presídio Ary Franco, zona norte do Rio. Há pouco mais de uma semana à frente da 24ª DP, a delegada disse que incluiu o crime de lesão corporal porque agora há um morto.
O secretário de Direitos Humanos do Estado, João Luiz Pinaud, criticou a prisão de Chan por policiais federais no aeroporto. Advogado e professor de direito, Pinaud classificou a prisão como "arbitrária" e "desnecessária", embora legal.
Para o criminalista Paulo Ramalho, a prisão foi um erro. Ele acha que a PF deveria ter feito um registro de ocorrência e confiscado o dinheiro (US$ 30 mil).
Chan morreu como preso: ficou quatro dias algemado no hospital Salgado Filho, onde deu entrada no mesmo dia em que o juiz da 5ª Vara Federal Criminal, Cassio Monteiro Granzinoli, determinou sua libertação imediata.
A direção do hospital informou não ter sido notificada pela Secretaria de Administração Penitenciária para dispensar a custódia.
Ao ser internado, Chan não passou por exame de corpo de delito. Somente seis dias depois, ao saber do caso, o Ministério Público Federal, pediu o exame.
Para o chefe de Polícia Civil, Álvaro Lins, pelo menos um suposto erro foi proposital: duas salas do presídio por onde Chan passou foram lavadas antes da perícia. "Não é erro, é má-fé mesmo." (FABIANA CIMIERI E FERNANDA DA ESCÓSSIA)


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