DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Com um lenço na cabeça e o rosto pintado, a estudante Marina Tavares, 16, era uma das mais exaltadas na manifestação realizada no final da tarde de ontem, na avenida Luís Viana Filho, a mais movimentada de Salvador.
Depois que seus colegas bloquearam pelo menos 50 ônibus, Tavares, que mora na periferia de Salvador, começou a retirar os adesivos com o valor da nova tarifa. O seu exemplo foi seguido por outros 20 estudantes.
"O povão não pode pagar R$ 1,50. Quem ganha salário mínimo, como meus pais, sabe que R$ 0,20 faz muita falta no orçamento doméstico", afirmou a garota.
Marina Tavares, que está matriculada no primeiro ano do ensino médio do Colégio Luís Eduardo Magalhães, disse que está participando das manifestações desde segunda-feira. "Os pobres sabem o que é sofrimento, sabemos que a nossa vida é sacrificada."
A mãe dela é doméstica e o pai está desempregado. "Tenho três irmãos menores. Um não está estudando porque meus pais não têm dinheiro para bancar o transporte e comprar os livros", disse a garota. (LF e MM)


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