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ADMINISTRAÇÃO
Previsão de receitas da prefeitura cresce 19,2%; a proposta oficial seguirá para a Câmara no fim do mês
Orçamento de Marta pode ir a R$ 13,5 bi
PEDRO DIAS LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Orçamento da Prefeitura de
São Paulo para o ano que vem deve ficar em R$ 13,518 bilhões, segundo documento preliminar
obtido pela Folha. O texto final só
será enviado à Câmara Municipal
no final deste mês. No Legislativo,
a proposta ainda poderá sofrer
novas alterações.
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a Secretaria das Finanças afirmou que não iria comentar as informações.
Se os dados forem confirmados,
o Orçamento para 2004 terá um
acréscimo de 19,2% em relação ao
total deste ano (de R$ 11,34 bilhões em 2003, segundo previsões
revisadas até agosto).
De acordo com a planilha obtida pela Folha, a arrecadação de
impostos (sem contar transferências dos governos federal e estadual) subiria de R$ 5,31 bilhões
para cerca de R$ 6,10 bilhões -o
que representa um aumento de
aproximadamente 14,9%.
Impostos
De acordo com o documento, a
arrecadação dos principais impostos que entram nos cofres da
prefeitura paulistana deverá subir. O ISS (Imposto sobre Serviços), que teve mudanças recentes
para ampliar sua incidência sobre
vários serviços, lideraria o aumento, com uma alta de 16,7%
-para R$ 2,63 bilhões. O IPTU
(Imposto Predial e Territorial Urbano) saltaria para R$ 2,28 bilhões, em uma elevação de 13%.
Os repasses do ICMS (Imposto
sobre Circulação de Mercadorias
e Serviços), já incluídos os 15% do
Fundef, iriam para aproximadamente R$ 2,81 bilhões (11,2%).
Nas operações de crédito -basicamente, empréstimos nacionais e internacionais-, a previsão é de um aumento de 99,4%,
para R$ 561 milhões.
Outro ponto que cresce bastante são os repasses feitos pela
União por meio do SUS (Sistema
Único de Saúde). Eles mais que
dobram e passam de R$ 383 milhões para R$ 808 milhões. Como
a secretaria não quis comentar os
dados, não é possível afirmar
com certeza o motivo da alta.
Mas, em 2003, houve reajuste de
196% nas consultas do SUS, e a
prefeitura assumiu o controle de
mais de 50 hospitais, o que pode
ter provocado o aumento.
Não se pode fazer uma comparação entre a arrecadação das taxas da luz e do lixo em 2003 e a
previsão para o ano que vem,
porque a cobrança só começou
quase no meio do ano. Mas, no
papel, a estimativa da taxa do lixo
para o ano que vem é de R$ 180
milhões. Na taxa da luz, o número
fica em R$ 155,2 milhões.
Cenário mais pessimista
No documento obtido pela Folha, a previsão da prefeita Marta
Suplicy (PT) para o desempenho
da economia no ano que vem é
mais pessimista que a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Orçamento que está sendo
elaborado pela União para 2004
trabalha com uma previsão de
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,5% e uma inflação de 5,5%. Na planilha a que a
Folha teve acesso, a prefeitura estima alta do PIB de 3,3%, com
uma taxa inflação de 7,7%.
Para os juros do Banco Central,
a previsão dos petistas paulistanos é de uma taxa nominal média
(sem levar em conta a inflação) de
16% ao ano em 2004.
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