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Especialistas apontam falta de estudo prévio
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas em infra-estrutura
aeroportuária e em turismo consultados pela Folha concordam,
em tese, que a reforma e ampliação do aeroporto de Itanhaém, no
litoral de São Paulo, é uma obra
indutora de novos negócios.
Mas ressaltam que o governo
estadual deveria ter utilizado um
estudo de demanda para avaliar a
relação custo-benefício do empreendimento antes de decidir
pela sua realização.
Cláudio Jorge Alves, professor
titular de infra-estrutura aeroportuária do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), questiona
um dos argumentos usados pelo
Estado para justificar a reforma
-a suposta melhora da cobertura aérea.
"Quantos aviões já precisaram
pousar lá? Será que é um número
grande que justifica uma pista
desse tamanho?", pergunta.
Funcionários do aeroporto e da
Prefeitura de Itanhaém disseram
não se lembrar de nenhuma situação de emergência ocorrida na última década na região.
Na mesma linha de raciocínio
do professor do ITA, o engenheiro Ernesto Klotzel, especialista em
aeronaves, acha fraco o argumento do governo estadual. "Itanhaém é muito perto de Congonhas. Um piloto teria de estar em
uma situação muito desesperadora para ter de pousar no litoral,
pois em cinco minutos ele alcançaria Congonhas", diz.
Já Luiz Gustavo Barbosa, especialista em turismo e hotelaria da
Fundação Getúlio Vargas do Rio
de Janeiro, afirma que melhorias
na infra-estrutura são sempre positivas. "Investimentos atraem investimentos, mesmo que a longo
prazo. A ampliação é positiva."
No entanto, ele diz que estudos
de demanda são essenciais para
conjugar a expansão turística de
uma região à infra-estrutura adequada para seu tamanho.
Otimismo
O prefeito em exercício de Itanhaém, Ruy Santos (PSDB), mostra-se otimista com "as novas
perspectivas que se abrem para o
município" com o aeroporto.
"A CVC vende 6.000 pacotes
por mês para cidadãos da Baixada
Santista, a maior parte com destino a cidades do Nordeste. Estamos negociando com a TAM para
fazer vôos fechados sem que a
clientela tenha de subir a serra para pegar o vôo."
A TAM disse não haver nenhum estudo para vôos fechados
saindo de Itanhaém.
A CVC, maior operadora turística do país, diz que o litoral sul
não é o foco de seus novos negócios. O único projeto em desenvolvimento é uma linha rodoviária em direção a Santos.
(FS)
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