São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2005

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AMBIENTE

Quase metade da área de 160 mil hectares foi destruída; mais três unidades de conservação estão em alerta vermelho

Fogo consome Parque Nacional das Emas

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Um incêndio iniciado na quinta-feira passada havia consumido até ontem de 40% a 50% da área de 160 mil hectares do Parque Nacional das Emas, em Goiás, uma unidade de conservação federal de proteção integral.
A estimativa é do coordenador do Prevfogo (Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) no Estado, Augusto Avelino de Araújo.
Apesar da dimensão, não é o maior incêndio já registrado no parque. Segundo Araújo, um outro ocorrido em 1994 destruiu mais de 90% de toda a vegetação.
O parque abriga emas, seriemas, perdizes, codornas e algumas espécies ameaçadas de extinção, como o veado-campeiro e o cervo-do-pantanal.
O fogo ontem à tarde se alastrava rapidamente devido ao tempo seco, ventos fortes e pela característica da vegetação do cerrado na área, formada em boa parte por capim-flecha -que pode atingir 2 m de altura e constitui farto combustível para as chamas.
Cerca de 40 homens entre bombeiros, funcionários do parque, do Prevfogo e voluntários combatiam os focos de incêndio, que formavam uma linha de cerca de 15 km no sentido leste-oeste.
O fogo estava concentrado na porção norte do parque, um local de difícil acesso. Além disso, os trabalhos também eram dificultados por mudanças na direção dos ventos e pela dificuldade para reabastecer os caminhões-pipa.
A estratégia de combate era baseada na abertura de aceiros -espécie de clareira na mata para deter o avanço das chamas pela descontinuidade na vegetação.
Na opinião do coordenador do Prevfogo goiano, deveriam ser promovidas queimadas controladas no parque em períodos mais úmidos. Assim, as áreas queimadas serviriam de alternativa para refúgio de animais durante incêndios e constituiriam aceiros. Segundo a administração do parque, essa possibilidade já é tratada no novo plano de manejo.

Alerta
Outras três unidades de conservação estavam ontem em alerta vermelho, com equipes combatendo incêndios, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Uma delas é a Floresta Nacional de Carajás, no Pará, onde o fogo começou há 12 dias. As outras unidades eram a Floresta Nacional de Altamira (também no Pará) e o Parque Nacional do Araguaia (no Tocantins).
O Ibama registrava ontem risco iminente de incêndio em 13 UCs espalhadas por sete Estados.


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