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AMBIENTE
Quase metade da área de 160 mil hectares foi destruída; mais três unidades de conservação estão em alerta vermelho
Fogo consome Parque Nacional das Emas
EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
Um incêndio iniciado na quinta-feira passada havia consumido
até ontem de 40% a 50% da área
de 160 mil hectares do Parque Nacional das Emas, em Goiás, uma
unidade de conservação federal
de proteção integral.
A estimativa é do coordenador
do Prevfogo (Sistema Nacional de
Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais) no Estado, Augusto Avelino de Araújo.
Apesar da dimensão, não é o
maior incêndio já registrado no
parque. Segundo Araújo, um outro ocorrido em 1994 destruiu
mais de 90% de toda a vegetação.
O parque abriga emas, seriemas, perdizes, codornas e algumas espécies ameaçadas de extinção, como o veado-campeiro e o
cervo-do-pantanal.
O fogo ontem à tarde se alastrava rapidamente devido ao tempo
seco, ventos fortes e pela característica da vegetação do cerrado na
área, formada em boa parte por
capim-flecha -que pode atingir
2 m de altura e constitui farto
combustível para as chamas.
Cerca de 40 homens entre bombeiros, funcionários do parque,
do Prevfogo e voluntários combatiam os focos de incêndio, que
formavam uma linha de cerca de
15 km no sentido leste-oeste.
O fogo estava concentrado na
porção norte do parque, um local
de difícil acesso. Além disso, os
trabalhos também eram dificultados por mudanças na direção dos
ventos e pela dificuldade para reabastecer os caminhões-pipa.
A estratégia de combate era baseada na abertura de aceiros -espécie de clareira na mata para deter o avanço das chamas pela descontinuidade na vegetação.
Na opinião do coordenador do
Prevfogo goiano, deveriam ser
promovidas queimadas controladas no parque em períodos mais
úmidos. Assim, as áreas queimadas serviriam de alternativa para
refúgio de animais durante incêndios e constituiriam aceiros. Segundo a administração do parque, essa possibilidade já é tratada
no novo plano de manejo.
Alerta
Outras três unidades de conservação estavam ontem em alerta
vermelho, com equipes combatendo incêndios, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Uma delas é a Floresta Nacional
de Carajás, no Pará, onde o fogo
começou há 12 dias. As outras
unidades eram a Floresta Nacional de Altamira (também no Pará) e o Parque Nacional do Araguaia (no Tocantins).
O Ibama registrava ontem risco
iminente de incêndio em 13 UCs
espalhadas por sete Estados.
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