São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2006

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Frio mata morador de rua em SP e deve continuar durante o feriado prolongado

MARIANA TAMARI
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo registrou ontem a segunda temperatura mais baixa do ano, de 8,1C, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Um morador de rua morreu em conseqüência do frio.
A previsão para o feriado não é otimista. "Amanhã [hoje] fará ainda mais frio. As temperaturas só devem começar a aumentar a partir de quinta-feira, mas as pessoas não devem esperar por calor. O frio continua", afirma o meteorologista do Inmet, Mamedes Luiz de Melo.
Por volta das 8h de ontem, o Inmet registrou a temperatura oficial mínima do dia que, combinada a ventos que sopravam a 25 km/h e à umidade relativa do ar de 80%, causava a sensação térmica (temperatura que nosso corpo sente) de -1C.
As temperaturas do Inmet são oficiais e referentes à estação de medidas do instituto em Santana, na zona norte.
De acordo com uma estação do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, a temperatura mínima chegou a 3,4C em Parelheiros, extremo sul da cidade de São Paulo.
Foi também na manhã de ontem, às 9h30, que um homem que mora na Vila Ema, bairro da zona leste, encontrou o morador de rua morto próximo à sua casa. Ele informou à polícia que havia permitido que o morador de rua dormisse em uma garagem na sua rua, justamente por causa do frio que fazia.
Há ao menos dois anos não eram registradas mortes decorrentes das baixas temperaturas entre a população de rua em São Paulo, de acordo com a Smads (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social).
A temperatura mais baixa do ano foi registrada no dia 22 de agosto, quando os termômetros marcaram 7,7C.
O Inmet previa ontem que a madrugada de hoje teria a temperatura mais baixa desde setembro de 2002, quando verificou-se 5,7C.

Nas ruas
O frio divide opiniões. "Amo o frio. As pessoas ficam mais bem vestidas, até o perfume das pessoas fica melhor", disse o vendedor da loja Maria Bonita Extra, localizada na Oscar Freire, rua conhecida por abrigar grifes luxuosas.
Já Priscila Suzano, 38, gerente da loja, diz que gosta do inverno, mas afirma que ele traz problemas ao comércio.
"Agora estamos com a coleção de verão. Ninguém tem coragem de tirar a roupa para experimentar nada."


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