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Frio mata morador de rua em SP e deve continuar durante o feriado prolongado
MARIANA TAMARI
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de São Paulo registrou ontem a segunda temperatura mais baixa do ano, de
8,1C, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Um morador de rua morreu em conseqüência do frio.
A previsão para o feriado não
é otimista. "Amanhã [hoje] fará
ainda mais frio. As temperaturas só devem começar a aumentar a partir de quinta-feira,
mas as pessoas não devem esperar por calor. O frio continua", afirma o meteorologista
do Inmet, Mamedes Luiz de
Melo.
Por volta das 8h de ontem, o
Inmet registrou a temperatura
oficial mínima do dia que, combinada a ventos que sopravam a
25 km/h e à umidade relativa
do ar de 80%, causava a sensação térmica (temperatura que
nosso corpo sente) de -1C.
As temperaturas do Inmet
são oficiais e referentes à estação de medidas do instituto em
Santana, na zona norte.
De acordo com uma estação
do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da prefeitura, a temperatura mínima
chegou a 3,4C em Parelheiros,
extremo sul da cidade de São
Paulo.
Foi também na manhã de ontem, às 9h30, que um homem
que mora na Vila Ema, bairro
da zona leste, encontrou o morador de rua morto próximo à
sua casa. Ele informou à polícia
que havia permitido que o morador de rua dormisse em uma
garagem na sua rua, justamente por causa do frio que fazia.
Há ao menos dois anos não
eram registradas mortes decorrentes das baixas temperaturas
entre a população de rua em
São Paulo, de acordo com a
Smads (Secretaria Municipal
de Assistência e Desenvolvimento Social).
A temperatura mais baixa do
ano foi registrada no dia 22 de
agosto, quando os termômetros marcaram 7,7C.
O Inmet previa ontem que a
madrugada de hoje teria a temperatura mais baixa desde setembro de 2002, quando verificou-se 5,7C.
Nas ruas
O frio divide opiniões. "Amo
o frio. As pessoas ficam mais
bem vestidas, até o perfume das
pessoas fica melhor", disse o
vendedor da loja Maria Bonita
Extra, localizada na Oscar Freire, rua conhecida por abrigar
grifes luxuosas.
Já Priscila Suzano, 38, gerente da loja, diz que gosta do inverno, mas afirma que ele traz
problemas ao comércio.
"Agora estamos com a coleção de verão. Ninguém tem coragem de tirar a roupa para experimentar nada."
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