São Paulo, quinta-feira, 06 de setembro de 2007

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PM está em desacordo com a lei estadual sobre focinheira

DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Militar está em desacordo com a lei estadual que exige o uso de focinheira para cães das raças pit bull e rottweiler, entre outras, em vias públicas onde há concentração de pessoas em São Paulo.
As determinações constam do decreto nš 48.533 de 2004, que regulamenta a lei nš 11.531 de 2003 e estabelece regras para a condução de cães. Em nenhum momento, exclui os cães da PM. Procurada pela Folha, a PM alegou que, apesar de não haver nenhum artigo na lei que permita rottweilers e pit bulls de fazerem policiamento sem focinheira, é contraditório obrigar os seus cães a usá-la.
"É um contra-senso um cão da polícia andar com focinheira. É a mesma coisa que um policial portar arma sem munição", diz o capitão Marcel Soffner, da comunicação da PM. Segundo ele, a possibilidade para a PM usar cães sem focinheira está amparada na Constituição, que afirma "que o exercício de polícia preventiva é uma prerrogativa das polícias militares, exercida através de modalidades de policiamento, como o uso de cães".

Ataques
Especialista em comportamento canino, o zootecnista e coordenador do grupo Cão Cidadão, Alexandre Rossi, afirma que há quatro causas para o aumento de ataques de pit bulls: donos que não colocam limites nos cães e se vêem atacados quando os contrariam; pais ou avós que "herdaram" o pit bull de um adolescente e não têm força para contê-lo na rua; a popularização da raça, o que faz com que nem todos conheçam os cuidados adequados; e a falta de possibilidade de sociabilização do cão.
"A maioria não quer pit bull por perto. Assim, ele cresce sem saber se comportar ao ver estranhos ou passear na rua." A solução, defende, é criar uma habilitação para quem conduz pit bull, como a carta de motorista ou o porte de armas.
Em 2006, 16.631 pessoas foram agredidas por cães na cidade de São Paulo -10% delas por pit bulls. O CCZ não soube precisar quantos pit bulls existem na cidade. (DT e KT)


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