São Paulo, sábado, 06 de setembro de 2008

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Serra já admite debater mudanças na lei antifumo

Governador afirmou que, se a Assembléia "tiver posições que sejam positivas, a gente acata"

Ao ser questionado sobre a intenção do PT de abrandar seu projeto, Serra disse que os petistas já "afrouxaram" outra vez sobre o tema

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM HORTOLÂNDIA

Dois dias depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defender o fumo "em qualquer lugar", o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), disse ontem, em Campinas (99 km de SP), "não estar fechado" para discutir mudanças no projeto de lei de sua autoria que bane o cigarro em ambientes coletivos fechados, públicos ou privados no Estado.
"A Assembléia Legislativa é um Poder que aprova as leis. Se tiver posições que sejam positivas, a gente acata. Eu não estou fechado. Nós mandamos o nosso projeto, que é a nossa posição. Nós vamos ter diálogos com a Assembléia nesse sentido", disse Serra.
Ao ser questionado sobre a intenção da bancada do PT na Assembléia de abrandar o seu projeto antifumo, Serra disse que os petistas já "afrouxaram" outra vez sobre o mesmo tema.
"O PT já tem um mau antecedente neste sentido. Quando eu fui ministro da Saúde [1998-2002], proibi a propaganda de cigarros no Brasil inteiro com grande apoio da população e, assim que eles [petistas] assumiram o governo federal e a Prefeitura de São Paulo, eles afrouxaram na questão do patrocínio da Fórmula 1", disse.
As emendas propostas pelo líder do PT na Assembléia, deputado Roberto Felício, incluem a criação de bares, restaurantes e hotéis só para fumantes, a liberação em áreas comuns de condomínios e a retirada do artigo que prevê acionar a polícia para tirar fumante de local onde é proibido fumar.
O governador inaugurou ontem em Hortolândia e em Campinas o Corredor Metropolitana Noroeste, que ligará as duas cidades e Sumaré e transportará cerca de 3,5 milhões de passageiros por mês.
Serra aproveitou o evento para defender a privatização do aeroporto de Viracopos e a conclusão das obras de ampliação do local antes da Copa de 2014. O governo federal anunciou anteontem a intenção de privatizar Viracopos, em Campinas, e o Galeão, no Rio. "Defendi desde o início que fosse feita em Viracopos uma concessão ao setor privado para o trabalho de ampliação da pista e do terminal, porque Viracopos vai ser o maior aeroporto do Estado de São Paulo, não tenho dúvida."
Durante discurso de inauguração do terminal, acusou o prefeito petista de Hortolândia e candidato à reeleição, Angelo Perugini, de "piratear" a obra. "Em Hortolândia, o prefeito tem o passatempo de piratear as obras dos outros. A prefeitura [de Hortolândia] não tem nada a ver com esta obra e ontem [anteontem] parece que ele disse que a tinha feito. Isso é "trololó". A Prefeitura de Hortolândia não fez nada."
Perugini disse nunca anunciou ter realizado a obra e afirmou que investiu R$ 20 milhões para desapropriar os terrenos para as obras do Estado.


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