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SEGURANÇA
Thomaz Bastos trata parlamentares a favor da manutenção do comércio legal de armas como grupo ""da bala"
Ministro da Justiça ataca frente do "não"
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Durante apresentação sobre segurança pública a integrantes do
Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, ontem, no
Palácio do Planalto, o ministro
Márcio Thomaz Bastos (Justiça)
atacou a frente parlamentar que
defende a manutenção do comércio legal de armas no país. Ele se
referiu aos defensores do "não"
no referendo do próximo dia 23
como a "frente da bala".
"Esse argumento que está sendo
usado pela frente da bala de que
vamos deixar os bandidos com as
armas, não é isso. O desarmamento não pretende tirar as armas dos bandidos, e sim do homicídio acidental", afirmou.
Após o evento, em rápida entrevista, ele voltou a tratar do desarmamento e do referendo. Primeiro, foi questionado se considera
equivocados os argumentos usados pelos defensores do ""não".
"Eu acho. Sou a favor do desarmamento, então todos os argumentos contra eu acho que são
equivocados, embora eu os respeite. As pessoas, numa democracia, têm que cultivar a tolerância."
Apesar das críticas à "frente da
bala", o ministro disse que o processo de discussão pública do tema é importante para o fortalecimento da democracia do país. E
disse que o referendo pode amadurecer a cultura da população.
"São duas posições. Acho que
esse é um exemplo profundamente importante de democracia direta. É a primeira vez que se usa
no Brasil esse mecanismo [referendo], que está na Constituição
de 1988, que é o povo aprovar ou
não aprovar uma lei que foi votada pelo Congresso. Acho que isso
pode criar uma cultura de participação maior da cidadania."
Ao final, Thomaz Bastos foi indagado sobre a participação editorial da mídia em relação ao referendo. Na questão, foi provocado
sobre a capa da última edição da
revista "Veja", que apresentou
"sete razões para votar não".
"Eu acho que [a imprensa] está
atuando muito bem. É a questão
da divergência dos pontos de vista. Eu realmente fiz um texto, fizemos um texto no ministério, mostrando oito razões para que se deva votar sim, pela proibição, mas
acho que a mídia tem um papel
fundamental."
Consultado pela Folha, o TSE
disse que a frente parlamentar Pela Legítima Defesa, que prega o
"não", poderia pedir uma liminar
na Corte, mas o resultado dependeria da avaliação dos ministros.
Segundo o advogado e ex-ministro do TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) Fernando Neves, o ministro tem direito a dar sua opinião pessoal. "Estão confundindo
referendo com eleição", disse.
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