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EDUCAÇÃO
Após ato, Alckmin recua e adia projeto para professores
DA REPORTAGEM LOCAL
Após uma manifestação que
reuniu ontem cerca de 10 mil professores na capital paulista, o governador Geraldo Alckmin
(PSDB) recuou e decidiu retirar o
projeto de lei enviado à Assembléia Legislativa que limitava o
tempo de contrato dos professores e servidores temporários.
Segundo a Apeoesp (sindicato
dos professores), a mudança poderia resultar na demissão dos 120
mil docentes que têm contrato
temporário. A rede toda conta
com cerca de 230 mil professores
em todo o Estado.
O projeto de lei complementar
de Alckmin previa que esses trabalhadores fossem contratados
por seis meses, com a possibilidade de renovação por mais seis meses. Após esse período, o servidor
teria de ficar dois anos fora da rede. Atualmente, os funcionários
com contratos temporários podem trabalhar por tempo indeterminado, desde que haja aulas disponíveis -conseguem até mesmo chegar à aposentadoria.
Os docentes da rede básica fizeram um ato no começo da tarde,
em frente à Assembléia, exigindo
que o tucano desistisse da proposta. Depois, seguiram em passeata
para a avenida Paulista.
No final da tarde, Alckmin
anunciou a retirada do projeto.
Em nota, o governo disse que tomou a decisão para "ampliar os
estudos e debates sobre o tema".
O tucano afirmou também que
sua gestão irá se reunir com representantes dos servidores.
"A proposta traria uma rotatividade de professores muito grande, uma descontinuidade no ensino", diz o presidente da Apeoesp,
Carlos Ramiro. "Fora a falta de segurança para os docentes." Ele
defende que o ideal é que sejam
feitos concursos para que todos
os servidores temporários sejam
contratados definitivamente.
Serra irritado
A manifestação irritou o prefeito José Serra (PSDB). "Achei um
horror", disse, após a inauguração do albergue Portal do Futuro,
na região central da cidade. "Os
professores têm todo o direito de
reivindicar. Mas eles fazem isso
atrapalhando a vida dos outros.
Isso não é bom nem para eles."
Serra afirmou que a prefeitura
não foi avisada da passeata com
antecedência e, por isso, não conseguiu tomar providências para
amenizar o problema no tráfego.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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