São Paulo, quinta-feira, 06 de outubro de 2005

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EDUCAÇÃO

Após ato, Alckmin recua e adia projeto para professores

DA REPORTAGEM LOCAL

Após uma manifestação que reuniu ontem cerca de 10 mil professores na capital paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuou e decidiu retirar o projeto de lei enviado à Assembléia Legislativa que limitava o tempo de contrato dos professores e servidores temporários.
Segundo a Apeoesp (sindicato dos professores), a mudança poderia resultar na demissão dos 120 mil docentes que têm contrato temporário. A rede toda conta com cerca de 230 mil professores em todo o Estado.
O projeto de lei complementar de Alckmin previa que esses trabalhadores fossem contratados por seis meses, com a possibilidade de renovação por mais seis meses. Após esse período, o servidor teria de ficar dois anos fora da rede. Atualmente, os funcionários com contratos temporários podem trabalhar por tempo indeterminado, desde que haja aulas disponíveis -conseguem até mesmo chegar à aposentadoria.
Os docentes da rede básica fizeram um ato no começo da tarde, em frente à Assembléia, exigindo que o tucano desistisse da proposta. Depois, seguiram em passeata para a avenida Paulista.
No final da tarde, Alckmin anunciou a retirada do projeto. Em nota, o governo disse que tomou a decisão para "ampliar os estudos e debates sobre o tema". O tucano afirmou também que sua gestão irá se reunir com representantes dos servidores.
"A proposta traria uma rotatividade de professores muito grande, uma descontinuidade no ensino", diz o presidente da Apeoesp, Carlos Ramiro. "Fora a falta de segurança para os docentes." Ele defende que o ideal é que sejam feitos concursos para que todos os servidores temporários sejam contratados definitivamente.

Serra irritado
A manifestação irritou o prefeito José Serra (PSDB). "Achei um horror", disse, após a inauguração do albergue Portal do Futuro, na região central da cidade. "Os professores têm todo o direito de reivindicar. Mas eles fazem isso atrapalhando a vida dos outros. Isso não é bom nem para eles."
Serra afirmou que a prefeitura não foi avisada da passeata com antecedência e, por isso, não conseguiu tomar providências para amenizar o problema no tráfego. (FÁBIO TAKAHASHI)


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