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Repórter americano ameaçou criar uma crise diplomática
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
Incomodado com a necessidade de pernoitar em uma base
militar no meio da floresta
amazônica e com a falta de contato com seus familiares e autoridades americanas, o colunista
do jornal "The New York Times" e um dos sobreviventes
do choque entre o Legacy e o
Boeing da Gol, Joe Sharkey,
ameaçou causar um "incidente
diplomático" entre o Brasil e os
Estados Unidos.
A Folha apurou que Sharkey
sentiu que seus "direitos de cidadão norte-americano" haviam sido desrespeitados por
militares brasileiros quando o
grupo se encontrava na base localizada na serra do Cachimbo,
no sul do Estado do Pará, local
onde o jatinho Legacy pousou
na sexta-feira passada depois
de se chocar no ar com a aeronave da Gol.
O principal motivo das reclamações do jornalista foi o fato
de ter sido obrigado a dormir
na base militar. Sharkey desejava deixar o local ainda no dia
do acidente.
A FAB (Força Aérea Brasileira) tentou disponibilizar uma
aeronave para levar os passageiros do Legacy para outro lugar, mas isso não foi possível
porque todos os esforços estavam concentrados nas buscas
pelo Boeing.
Também deixou o jornalista
irritado a falta de mobilidade
do grupo dentro da base militar
-ele e os outros passageiros foram orientados a ficar dentro
do alojamento.
Poucos telefonemas
Foi ainda motivo de reclamações a limitação de acesso aos
telefones do local.
Os passageiros do Legacy puderam somente utilizar o telefone algumas vezes. No entanto, foi permitido a eles que enviassem e-mails aos parentes
enquanto estiveram na serra do
Cachimbo.
O acesso aos telefones teria
sido limitado também devido à
prioridade dada naquele momento às operações de busca
do avião da Gol.
Não há sinal que permita o
uso de telefones celulares no
local onde ocorreu o acidente.
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