EDMILSON ZANETTI
da Agência Folha

A Polícia Civil de Mirandópolis, no interior de São Paulo, abriu inquérito para apurar sabotagem em uma torre de transmissão de energia da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
A torre de aço, com 26 metros de altura e pesando mais de quatro toneladas, teve três dos quatro pontos de sustentação serrados.
Um quarto ponto estava com os parafusos soltos. A torre estava prestes a cair.
Sua queda provocaria blecaute que atingiria cerca de 30 mil pessoas nos municípios de Mirandópolis, Lavínia e Guaraçaí, na região noroeste do Estado.
A descoberta foi feita por técnicos da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), durante inspeção de rotina na semana passada.
Segundo o diretor de Geração e Transmissão da Cesp, Reinaldo José Rodrigues de Campos, 53, a empresa intensificou as inspeções nos mais de 10 mil quilômetros de linha, depois que foram descobertas bombas em Itaipu,
Segundo ele, o complexo energético da empresa tem 40 mil torres de transmissão no Estado.
A primeira etapa do trabalho, feito de helicóptero, priorizou linhas consideradas vitais, por atender a capital e a Grande São Paulo.
Uma segunda etapa se voltou para regiões que tiveram registros anteriores de sabotagem. É o caso da linha Jupiá-Valparaíso, vistoriada a pé nos últimos dias.

Fuga
A torre serrada desta vez fica a três quilômetros do local onde, em fevereiro deste ano, uma outra foi derrubada, ocasionando corte de energia, para facilitar a fuga de presos de uma das duas penitenciárias de Mirandópolis (605 km a noroeste de São Paulo).
O delegado Natanael Pinheiro da Silva, 38, responsável pelas investigações, disse suspeitar que a tentativa de derrubada da torre, desta vez, pode estar ligada a novo plano de fuga de presos ou a assalto a banco, mas não tem qualquer pista dos autores.
O diretor da Cesp Reinaldo Campos disse acreditar que a ocorrência tenha interesse dirigido à região, por ter sido escolhido um ramal de transmissão.
Durante os reparos, o sistema foi desligado e deixou sem energia moradores de Mirandópolis e Lavínia por cerca de duas horas.
Segundo Campos, a torre já foi recuperada. No início de fevereiro, a queda de uma torre similar provocou interrupção de energia por cerca de cinco minutos, no mesmo horário em que presos de uma das duas penitenciária de Mirandópolis tentavam fugir.



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