São Paulo, quinta, 6 de novembro de 1997.



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Leia nota da universidade

Leia a seguir a íntegra da USP.

Comunicado à imprensa
A Universidade de São Paulo vem a público lamentar os fatos ocorridos no dia 02.nov.97, que causaram a morte de um adolescente no interior da Cidade Universitária.
Em que pese a dor que compartilhamos no momento, a USP precisa deixar claro à família enlutada e à população paulistana os seguintes aspectos:
1 - O campus da Cidade Universitária se enquadra entre os bens de uso especial, devendo ser preservado pelo administrador público para que cumpra suas finalidades. Como bem de uso especial, possui locais de acesso absolutamente restrito, visando à garantia da segurança e integridade física do patrimônio e das pessoas.
2 - A raia olímpica, por suas características, enquadra-se como local de uso exclusivo para treinamento e competições de remo, sendo proibida a prática de natação.
3 - O menino Daniel, encontrado na madrugada de hoje na raia olímpica, provavelmente foi vítima de afogamento, por tentar usar o local para prática de natação. Isso ocorreu mesmo havendo no local sinalização informando sobre a proibição da atividade e apesar de a guarda universitária já ter, reiteradas vezes, alertado a todos sobre os grandes perigos a que estavam expostos.
4 - A guarda universitária tem o dever de fazer a vigilância do campus dia e noite. Atua preventivamente, desarmada, cumprindo o seu dever de alertar a todos que estejam fazendo uso indevido do espaço do campus.
5 - O inquérito policial instaurado no 93º Distrito Policial está apurando o ocorrido, a fim de verificar a existência de fato penalmente punível. Para acompanhar os trabalhos, o reitor instituiu uma comissão especializada composta pelos profs. Paulo Sérgio Pinheiro, do Núcleo de Estudos da Violência, Ivete Senise Ferreira, da Faculdade de Direito, e um membro da cátedra de direitos humanos do Instituto de Estudos Avançados, comissão essa desvinculada da administração.
6 - Os servidores da universidade que se encontravam em serviço na segurança do campus no dia 02.nov.97 estão atendendo à convocação da autoridade policial para prestar declarações acerca das ocorrências registradas naquela data e qual foi a sua atuação. Até o momento, não há imputação de ilícito pesando sobre os mesmos, o que faz com que a universidade se sinta na obrigação de preservar a imagem desses servidores.
7 - Cabe-nos acrescentar que, naquele dia, a mesma equipe da guarda universitária foi acionada por meninos que nadavam na raia olímpica para prestar socorro a um deles que, vítima de crise asmática, estava se afogando.
Atendendo à ocorrência, o menino foi resgatado e levado pela guarda universitária ao Hospital Universitário, onde foi prontamente atendido. A universidade teve ainda a preocupação de localizar os pais do garoto, para que viessem buscá-lo.
8 - Finalmente, a administração da USP quer deixar claro a toda a comunidade interna e à coletividade em geral que permanece acompanhando a apuração deste triste episódio e, se for o caso, tomará as medidas administrativas que se fizerem pertinentes.
Universidade de São Paulo



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