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VIOLÊNCIA 2
Depoimentos não haviam terminado até as 19h de ontem
Seguranças que estavam na USP domingo depõem
da Reportagem Local
Os seguranças da USP que trabalharam no domingo, dia do desaparecimento do estudante Daniel
Pereira de Araújo, prestaram depoimento ontem à tarde no 93º DP
(Jaguaré), que apura a morte.
Eles não quiseram dar entrevistas quando chegaram à delegacia.
Mas, segundo a polícia, eles negam
que tenham participação na morte
de Daniel e no suposto espancamento de outros seis garotos.
No domingo, segundo Ruy de
Campos Pereira da Silva, assessor
da prefeitura da Cidade Universitária, havia 15 seguranças trabalhando na universidade. Seis deles
estavam em postos fixos, por isso
não poderiam estar envolvidos no
caso. Os outros nove, que fazem
ronda de moto pelo campus, foram interrogados ontem.
Todos os guardas universitários
são funcionários da USP. Apenas
os vigilantes que ficam no interior
das unidades são terceirizados.
Segundo o delegado Francisco
Basile, seis dos seguranças afirmaram não ter tomado conhecimento de qualquer ocorrência fora da
rotina no domingo.
Os outros três disseram que alguns garotos foram repreendidos
por estarem nadando na raia olímpica e saíram da universidade pulando o muro que separa a raia da
marginal Pinheiros.
Todos negaram ter espancado os
seis garotos que os acusam. Eles
também negam ter visto Daniel se
afogando. Até as 19h30 de ontem,
os depoimentos não haviam terminado. Os nomes dos seguranças
também não haviam sido divulgados pela polícia.
Ruy de Campos Pereira da Silva,
que também prestou depoimento,
falou em nome dos seguranças.
Ele não acredita que os guardas
estejam envolvidos na morte. "Seria o primeiro caso de violência envolvendo seguranças em 12 anos
que estou na USP", declarou. Ele
disse ainda que, no domingo, várias pessoas foram retiradas da
raia. "Uma criança passou mal,
começou a se afogar e foi socorrida
pela guarda e levada ao hospital,
mas isso ninguém comenta."
O delegado Francisco Basile, que
comanda o inquérito, acredita que
alguns dos seguranças cometeram
pelo menos espancamento e omissão de socorro. "Os seis menores
são firmes e nem um pouco contraditórios nos depoimentos. Esse
segurança que estava seguindo o
Daniel de moto no mínimo viu
quando ele caiu na água e não o
socorreu. Isso se ele realmente
morreu afogado, o que ainda não é
certo", declarou Basile.
(OC)
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