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IML promete laudo em 15 dias
da Reportagem Local
O diretor do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo, Francisco Claro, afirmou ontem que os
exames necroscópicos realizados
no corpo do estudante Daniel Pereira de Araújo, encontrado morto
na raia olímpica da USP (Universidade de São Paulo), devem ficar
prontos dentro de 15 dias.
De acordo com Claro, os exames
vão determinar exatamente a causa da morte. A grande dúvida da
polícia é esclarecer se o estudante
realmente morreu afogado ou se o
seu corpo foi jogado na água quando ele já estava morto.
A previsão de conclusão dos exames é contestada pelo delegado
Francisco Basile, que preside o inquérito sobre o caso.
Ele se reuniu ontem pela manhã
com o médico-legista responsável
pelos exames e declarou que o laudo deve ficar pronto somente em
60 dias.
O diretor do IML se recusou a revelar as impressões iniciais do médico-legista. "O laudo não pode
ser divulgado. Isso é lei. Daqui ele
vai sair direto para as mãos do delegado do caso."
Segundo Claro, o corpo do estudante foi minuciosamente examinado, fotografado e radiografado.
Também foram colhidos materiais, como sangue e vísceras, para
serem encaminhados a exames laboratoriais.
Os exames necroscópicos, de
acordo com Claro, só não vão poder determinar exatamente o momento da morte.
"Como estava dentro da água, o
corpo ficou muito macerado e inchado. Por isso, fica muito mais
difícil saber o momento da morte.
Mas o período em que o corpo ficou na água não vai atrapalhar os
exames com relação à causa da
morte", afirmou.
O laudo do IML também irá revelar se Araújo foi espancado, como suspeitam seus familiares e
amigos. Exames de corpo de delito
feitos em quatro adolescentes que
acompanhavam o estudante no
dia em que ele desapareceu confirmaram que ele sofreram agressões.
Esses exames foram encaminhados ontem ao delegado.
Basile se reuniu pela manhã com
o médico-legista que vai confeccionar o laudo e pediu a realização
de exames para descobrir se o corpo sofreu alguma fratura e se o estudante foi amarrado ou baleado.
Ele disse que pretende evitar
uma futura exumação. "Pedi todos esses exames porque não dá
para aceitar a versão de afogamento e desprezar todas as outras possíveis versões para a morte."
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