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VIOLÊNCIA 3
Seguranças são apontados como responsáveis pelo desaparecimento e recebidos a gritos de "assassinos"
Família não crê em morte por afogamento
da Reportagem Local
A família do estudante Daniel
Pereira de Araújo, 15, não acredita
que ele tenha morrido afogado.
Desde o início, a família culpou os
seguranças da universidade pelo
desaparecimento. Com o encontro
do corpo na raia olímpica, a opinião não mudou.
"Não é possível que o corpo tenha sido encontrado de madrugada, em um lugar totalmente escuro
e que já tinha sido vasculhado pelos bombeiros e pela polícia", afirmou a bancária Denilza Pereira de
Araújo, 21, irmã de Daniel.
O auxiliar de informática Djalma
Pereira de Araújo, 21, irmão mais
velho de Daniel, afirma que o estudante sabia nadar "muito bem" e
conhecia o local. "Duvido que ele
tenha morrido afogado. Ele costumava nadar na raia desde criança."
Durante o depoimento dos seguranças, cerca de 200 pessoas protestaram na porta da delegacia. A
maioria dos manifestantes estudava com Daniel na escola municipal
Euclides Figueiredo, que suspendeu as aulas devido à morte.
Quando os seguranças chegaram, foram recebidos com os gritos de "assassinos".
Manifestação
Onze entidades de funcionários
da USP e de moradores do Butantã
(zona sudoeste) fazem hoje manifestação em protesto contra a morte de Daniel e para pedir uma rigorosa apuração do caso.
A manifestação terá início às
12h30 em frente à casa de Daniel,
na favela São Remo, e irá em passeata até a reitoria da USP.
O protesto coincide com o segundo turno da eleição para reitor
da USP. Algumas entidades que
organizam a manifestação, como a
Adusp (Associação dos Docentes
da USP) e o Sintusp (Sindicato dos
Trabalhadores da USP), culpam a
política do atual reitor, Flávio Fava
de Moraes, pela morte de Daniel.
"Isso é fruto da política da reitoria, que colocou uma redoma ao
redor do campus. A ordem do reitor à guarda universitária é reprimir a entrada na universidade, o
que deve ter causado essa morte",
afirmou o professor Jair Borin,
presidente da Adusp.
O velório de Daniel começou às
21h de ontem, na favela São Remo.
O enterro deve ocorrer às 9h de
hoje no cemitério Dom Bosco, em
Perus (zona noroeste de SP).
(OTÁVIO CABRAL)
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