|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Três pedidos de comissão de inquérito são protocolados para apurar ligação de vereadores com fiscais corruptos
CPI deve investigar corrupção na Câmara
MAURÍCIO RUDNER HUERTAS
RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local
Três pedidos de abertura de CPI
foram protocolados ontem na Câmara Municipal para apurar as denúncias de envolvimento de vereadores em esquema de corrupção
nas administrações regionais.
As denúncias de irregularidades,
publicadas ontem pela "Folha da
Tarde" e pela Folha envolvem assessores de vereadores.
Assessores de Nelo Rodolfo, Vicente Viscome e Hanna Garib, todos do PPB, teriam conhecimento
do esquema de corrupção e participação na cobrança de propina de
fiscais das regionais.
O primeiro pedido para abertura
da CPI foi protocolado na parte da
manhã pelo próprio Rodolfo, que
é presidente da Câmara.
Os outros pedidos foram das
bancadas do PT e do PSDB.
Para vereadores da oposição, o
fato de Rodolfo ter protocolado
seu pedido primeiro significa uma
estratégia para ficar com a presidência da comissão.
"O presidente de uma comissão,
se quiser, pode dificultar os trabalhos", afirmou a vereadora Ana
Maria Quadros (PSDB).
"Vamos ver se conseguimos ficar pelo menos com a relatoria",
disse José Eduardo Cardozo (PT).
Segundo o regimento interno da
Câmara, quando há mais de um
pedido para a mesma CPI, o que
vale é o primeiro.
Tradicionalmente, quem assina
o pedido fica com a presidência.
Assim, mesmo que Rodolfo abra
mão de comandar a comissão, pelo fato de seu nome estar envolvido
nas acusações, ela seria presidida
por alguém de sua bancada.
Os três vereadores citados não
deram entrevistas. A assessoria de
imprensa da Câmara apenas divulgou uma nota oficial na qual repudia as informações publicadas pelos jornais (leia abaixo).
A bancada do PPB está dividida
em relação à abertura da CPI. O vereador Bruno Feder, por exemplo,
disse, em seu discurso, que a reportagem é "equivocada" e, portanto, não deveria ser motivo para
se criar uma comissão.
Apesar dos três pedidos para a
abertura da CPI, não está garantida a sua aprovação. Para ser aceito,
um pedido precisa ter 19 assinaturas. Mas, para a comissão ser instaurada, precisa ser aprovada por
maioria simples (28 votos).
Cardozo lembra que a CPI para
apurar denúncias de superfaturamento na compra de frangos teve
33 assinaturas e não foi aprovada.
O vereador Arselino Tatto (PT),
em seu discurso, pediu rigorosa
apuração das informações e imediata exoneração do secretário das
Administrações Regionais, Alfredo Savelli.
As discussões sobre as denúncias
ocuparam toda a sessão de ontem,
que iniciou às 15h e terminou às
16h50. A pauta do dia acabou não
sendo votada.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|