São Paulo, Sábado, 06 de Novembro de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Afastados juízes acusados de participar de prostituição no MA

JAIRO MARQUES
da Agência Folha

O Tribunal de Justiça do Maranhão afastou anteontem, em sessão extraordinária, dois juízes acusados de envolvimento com esquema de prostituição infantil em Caxias (MA). O juiz de Registros Públicos de Caxias, Adinaldo Cavalcante, e o juiz da 1ª Vara de Bacabal, José Raimundo Sampaio, foram denunciados pelo Ministério Público Estadual.
Cavalcante e Sampaio não foram localizados pela Agência Folha para comentar a decisão.
As denúncias de prostituição infantil em Caxias (360 km de São Luís) começaram quando mães de algumas adolescentes pediram ajuda ao Conselho Tutelar da Criança e do Adolescente para tirar as filhas do bar do Gaguinho, local onde as crianças moravam e faziam programas.
No início de setembro, o Ministério Público fez uma blitz no local e encontrou cinco garotas, que denunciaram os clientes.
O juiz Cavalcante, além de ser acusado de frequentar o bar do Gaguinho -José Arimatéia da Silva, que está preso-, teria fornecido certidões de nascimento falsas às meninas.
"Essa atitude (do TJ) representa uma mudança de mentalidade em favor da criança. Agora é hora de as entidades se movimentarem e cobrarem o fim da prostituição infantil", disse a promotora Lítia Cavalcanti, que ofereceu as denúncias à Justiça.
O ex-comandante da Polícia Militar em Caxias Edmilson Saldanha também foi apontado pelo Ministério Público como usuário da prostituição infantil. No mês passado, ele foi afastado do cargo pelo Comando Geral da PM.
Outros nomes de pessoas de Caxias (médicos, advogados e políticos) estão sendo investigados pela Justiça e pela Polícia Federal do Piauí. Os nomes não foram divulgados.


Texto Anterior: Violência: Governo quer acelerar proibição de armas
Próximo Texto: Paula Thomaz deixa presídio em Niterói
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.