|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
VIOLÊNCIA
Agressões enfraquecem tese de que meta era roubo, dizem promotores que acompanham caso da morte de diretor da Dersa
Casal apanhou antes de morrer, diz laudo
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Laudo necroscópico do IML
(Instituto Médico Legal) mostra
que o casal Marísia e Manfred von
Richthofen apanhou dos agressores antes de receber as pancadas
na cabeça que provocaram traumatismo craniano. A extrema
violência do crime é apontada por
promotores de Justiça que acompanham o caso como um dos fatores que reforçam a tese de homicídio em detrimento do crime
de latrocínio (matar para roubar).
"A violência do crime foi muito
grande. Só ela já justificaria tratar-se de homicídio", disse o promotor Marcelo Camargo Milani, do
1º Tribunal do Júri, designado, ao
lado do promotor criminal Virgílio Antônio Ferraz do Amaral, para acompanhar a investigação.
"Foi com muito ódio, o que não
é comum nos casos de latrocínio",
afirmou Milani. Apesar disso, ele
disse que a hipótese de latrocínio
não está descartada por causa do
suposto sumiço de R$ 8.000 e US$
5.000 da casa do casal, assassinado na última quinta-feira, no
Brooklin (zona sul de São Paulo).
Segundo laudo do IML, que deve ser entregue hoje à polícia, o
casal também apresentava vários
hematomas no tórax. Não se sabe
se essas marcas também foram
provocadas pelo objeto usado para dar os golpes que provocaram a
rachadura no crânio dos dois.
Manfred era diretor da Dersa (estatal que administra estradas).
Marísia ainda teve um dos ossos
do pescoço quebrado. O casal foi
morto e colocado na cama. "Vimos as fotos. A violência é surpreendente", disse Milani.
Ele e Amaral fizeram ontem a
primeira visita ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), que investiga o caso. "Nosso acompanhamento vai
ser diário. Mas é preciso ter paciência e cautela para preservar os
envolvidos", afirmou Amaral.
Ontem, policiais e peritos voltaram à casa da família Richthofen
com os filhos do casal -Suzane,
19, e Andreas, 15, que encontraram os corpos na madrugada de
quinta- e Daniel Cravinhos de
Paula e Silva, 21, namorado de Suzane, para vasculhar a casa e objetos pessoais das vítimas.
A perícia, que foi liberada pelos
filhos do casal e durou três horas e
meia, serviu, segundo Milani, para tentar identificar o objeto usado no crime. "Pode ser um martelo, um cano de ferro. Não se sabe."
Ontem pela manhã, a polícia
ouviu uma secretária de Marísia,
que era psiquiatra. O possível envolvimento de algum paciente dela no crime também é investigado, apesar de essa tese ser considerada de menor probabilidade.
Texto Anterior: Há 50 anos Próximo Texto: Caso Diniz: Relatório sobre helicóptero aponta falhas da tripulação Índice
|