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CASO DINIZ
Segundo órgão da Aeronáutica, contribuíram para o acidente fatores como mau tempo e falta de medidas de segurança
Relatório sobre helicóptero aponta falhas da tripulação
CAROLINA FARIAS
FREE-LANCE PARA FOLHA VALE
O relatório final do Cenipa
(Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos),
órgão ligado à Aeronáutica, aponta, entre outros fatores, que falhas
da tripulação teriam contribuído
para o acidente com o helicóptero
do Grupo Pão de Açúcar, em julho de 2001, na praia de Maresias,
em São Sebastião (SP). Segundo o
relatório, a tripulação não teria
adotado medidas básicas de segurança para a viagem.
As más condições meteorológicas naquela noite também teriam
contribuído para o acidente.
O texto afirma que o piloto e o
co-piloto, cuja jornada de trabalho no dia foi superior a dez horas,
desobedeceram regras de tráfego
aéreo ao realizar um vôo "visual"
sem as condições meteorológicas
ideais e sem fazer contato com os
órgãos de controle de tráfego.
Também não havia coletes salva-vidas no helicóptero, ao contrário da versão dada, dias depois
do acidente, por João Paulo Diniz,
37, vice-presidente do Pão de
Açúcar, um dos sobreviventes.
No acidente, a namorada do
empresário, a modelo Fernanda
Vogel, 20, e o piloto Ronaldo Jorge Ribeiro, 47, morreram. O empresário e o co-piloto, Luiz Roberto de Araújo Cintra, 35, conseguiram nadar até a praia.
O helicóptero possuía um alarme que avisava a proximidade do
solo a partir de 150 pés (45,72 metros). Segundo o relatório, a tripulação tinha por hábito desligar o
alarme, já que o barulho era considerado incômodo.
No relatório, o Cenipa faz "recomendações" à Flylight Comercial,
operadora da aeronave, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar
-entre elas a criação de mecanismos para evitar que seus tripulantes ultrapassem os limites da jornada de trabalho.
Outro lado
O advogado do piloto morto,
Antonio Ribas Paiva, disse que o
relatório evidencia a responsabilidade do dono do aparelho pela segurança dos passageiros e da tripulação. A Folha não conseguiu
contato com o co-piloto, pois seu
número de telefone foi trocado.
Ao Cenipa, ele disse que, após ver
as luzes da praia, passou o comando ao piloto. O Pão de Açúcar informou, em nota oficial, que prestou assistência aos envolvidos e
que encerrou acordo indenizatório com a família da modelo.
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