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Tia atribui caso a "neurose" com terror
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma das tias do paraibano Mizael Cabral, 29, afirmou que aconteceu um mal-entendido por parte das autoridades dos Estados
Unidos e classificou as prisões como o resultado da "neurose dos
norte-americanos" em relação
ao terrorismo.
Sem dinheiro para comprar
uma passagem para os EUA, a família, declarada de classe média
baixa, aguarda apreensiva notícias sobre o andamento do caso.
Elaine Mendonça, 49, disse que
seu sobrinho conseguiu fazer
contato com a família apenas na
noite da data em que estava prevista a sua chegada ao Brasil, através de uma ligação rápida, que de
acordo com ela partiu da penitenciária federal de Miami.
"Ele ligou chorando muito e
disse que estava preso, sendo maltratado e humilhado."
De acordo com a tia, Mizael Cabral e o amigo Daniel Correa embarcariam no dia 26 de outubro
de Miami para São Paulo, de onde, no dia seguinte, pegariam um
outro vôo com destino à capital
paraibana.
"Fomos ao aeroporto esperá-los, havíamos preparado um
churrasco de boas-vindas. Depois
que chegou o terceiro vôo de São
Paulo e eles não estavam [no
avião], voltamos para casa, desesperados", diz Elaine Mendonça.
Falha de comunicação
A família acredita que uma falha
na comunicação tenha provocado
o que consideram o "mal-entendido" que levou às prisões.
"Ele disse que já haviam passado quase toda a bagagem pela inspeção e que faltava a última mala,
onde estava a bomba [de sucção].
Eles pediram que o funcionário
tomasse cuidado, porque ali havia
um equipamento que precisava
de maior cuidado. Nessa hora toda a confusão começou e eles já
saíram algemados do aeroporto."
Filho mais velho dos três do casal Ângela Cabral, 52, e Francisco
Cabral Sobrinho, 55, Mizael passou os últimos dois anos em solo
norte-americano trabalhando na
construção civil para juntar dinheiro e abrir um negócio de confecção de pranchas de "sandboard", normalmente usadas para a descida de dunas.
"A bomba de sucção ia facilitar
muito a vida dele [Mizael]. Antes
de ir para os Estados Unidos, ele
demorava uns dez dias para fazer
uma prancha só. Com a bomba,
ele disse que demoraria cerca de
um dia para fazer o mesmo trabalho", declarou a tia.
(EDUARDO DE OLIVEIRA)
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