São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2005

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URBANISMO

Guia receberá sugestões da população por 15 dias

Prefeitura apresenta manual para padronizar poda e corte de árvores

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

As constantes podas mal feitas em São Paulo, como a que decepou cerca de 50 árvores na rua Rui Barbosa, no Bexiga (centro), não têm mais razão para se repetir.
A prefeitura publicou anteontem no "Diário Oficial da Cidade" um manual de poda para orientar os funcionários das subprefeituras e de concessionárias de serviços públicos, como a Eletropaulo.
As instruções foram idealizadas na gestão passada. A prefeitura ainda irá receber, por 15 dias, sugestões de atualizações da população. De acordo com o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge, o objetivo é padronizar os procedimentos de poda na capital paulista.
O manual afirma que toda poda é uma "agressão". Por isso, a escolha do tipo e a época da intervenção são decisões que podem condenar uma árvore a uma morte lenta ou contribuir para o seu desenvolvimento biológico.
Para o paisagista João Chaddad Júnior, da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), as podas drásticas, como as realizadas na região do Bexiga, podem matar as árvores, deixá-las com doenças ou buracos. "O ideal seria fazer podas apenas nos ramos finos, que cicatrizam rapidamente, e não no tronco."
O manual contém os tipos de poda existentes e a indicação de quando utilizar cada forma. A considerada mais agressiva e traumática, segundo o guia, é a de emergência, que ocorre quando é necessário remover partes das árvores que colocam em risco pessoas ou o patrimônio, tanto público como privado.
Como toda poda e corte depende de autorização da prefeitura, o guia também informa em que casos essas permissões são concedidas: quando for indispensável para a realização de uma obra ou quando a árvore apresentar risco iminente de queda ou de obstrução à passagem de veículos.
Outra preocupação do manual é com a destruição de ninhos de pássaros. Em São Paulo, o período reprodutivo se concentra em outubro, enquanto em abril e maio há menos ninhos. "Considerando a escassez de áreas verdes na cidade, onde a avifauna possa se abrigar, um planejamento da poda de árvores para o primeiro semestre minimizaria os impactos negativos sobre as aves", afirma o guia.


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