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URBANISMO
Guia receberá sugestões da população por 15 dias
Prefeitura apresenta manual para padronizar poda e corte de árvores
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
As constantes podas mal feitas
em São Paulo, como a que decepou cerca de 50 árvores na rua Rui
Barbosa, no Bexiga (centro), não
têm mais razão para se repetir.
A prefeitura publicou anteontem no "Diário Oficial da Cidade"
um manual de poda para orientar
os funcionários das subprefeituras e de concessionárias de serviços públicos, como a Eletropaulo.
As instruções foram idealizadas
na gestão passada. A prefeitura
ainda irá receber, por 15 dias, sugestões de atualizações da população. De acordo com o secretário
do Verde e do Meio Ambiente,
Eduardo Jorge, o objetivo é padronizar os procedimentos de poda na capital paulista.
O manual afirma que toda poda
é uma "agressão". Por isso, a escolha do tipo e a época da intervenção são decisões que podem condenar uma árvore a uma morte
lenta ou contribuir para o seu desenvolvimento biológico.
Para o paisagista João Chaddad
Júnior, da Esalq (Escola Superior
de Agricultura Luiz de Queiroz),
as podas drásticas, como as realizadas na região do Bexiga, podem
matar as árvores, deixá-las com
doenças ou buracos. "O ideal seria fazer podas apenas nos ramos
finos, que cicatrizam rapidamente, e não no tronco."
O manual contém os tipos de
poda existentes e a indicação de
quando utilizar cada forma. A
considerada mais agressiva e
traumática, segundo o guia, é a de
emergência, que ocorre quando é
necessário remover partes das árvores que colocam em risco pessoas ou o patrimônio, tanto público como privado.
Como toda poda e corte depende de autorização da prefeitura, o
guia também informa em que casos essas permissões são concedidas: quando for indispensável para a realização de uma obra ou
quando a árvore apresentar risco
iminente de queda ou de obstrução à passagem de veículos.
Outra preocupação do manual é
com a destruição de ninhos de
pássaros. Em São Paulo, o período reprodutivo se concentra em
outubro, enquanto em abril e
maio há menos ninhos. "Considerando a escassez de áreas verdes na cidade, onde a avifauna
possa se abrigar, um planejamento da poda de árvores para o primeiro semestre minimizaria os
impactos negativos sobre as
aves", afirma o guia.
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