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Escolas começam a mudar currículo devido ao Enem
Conteúdo mais interdisciplinar e simulados são alterações mais citadas
Exame Nacional do
Ensino Médio acontece
hoje e amanhã, com
4,6 milhões de alunos
inscritos em todo o país
DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O Enem, exame que reúne
hoje mais de 4,6 milhões de
alunos de ensino médio de
todo o país, já começou a mudar a cara da educação brasileira, segundo diretores de
colégios particulares.
A Folha entrevistou nesta
semana 25 dirigentes de escolas que estão entre as melhores no exame ou com
mais matrículas; 12 já alteraram seus projetos pedagógicos devido à avaliação.
O Enem foi reformulado
no ano passado e passou a
servir como vestibular para
universidades federais.
Ao dar mais peso à prova,
o Ministério da Educação
tenta induzir o sistema a moldar seus projetos ao exame,
que previlegia integração
das áreas do conhecimento e
raciocínio ao aprofundamento do conteúdo das matérias.
O levantamento da reportagem indica que a ideia teve
efeito, em ao menos parte da
rede. Entre as mudanças citadas estão alteração no currículo, para torná-lo interdisciplinar, e a adoção de simulados ao estilo do Enem.
O Israelita Liessin, colégio
do Rio que alcançou o 12º lugar no mais recente ranking
do Enem, diz ter investido
nas duas frentes.
"O estilo de prova prepara
o jovem para habilidades de
interpretação e argumentação, que são mais importantes para o futuro do que a retenção de conteúdos estanques", disse Clarice Dahis,
diretora do ensino médio.
O Bandeirantes (SP) adotou um simulado aos moldes
do exame. O Farias Brito
(CE), um dos maiores do
país, diz que já tinha seu conteúdo afinado com a proposta do Enem, mas passou a ter
aulas extras de todas disciplinas após federal do Ceará
aderir ao exame.
O carioca São Bento, terceiro no ranking das melhores escolas, disse ter incluído
a língua espanhola no currículo. Neste ano, o Enem passou a cobrar questões de língua estrangeira no exame de
linguagens. No momento da
inscrição, o candidato optou
entre inglês e espanhol.
Colégios como o Etapa
(SP) e o Santo Antônio (BH)
disseram que não mudaram
o projeto devido ao Enem,
mas já buscam aumentar a
interdisciplinariedade desde
a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (1996) e mudança
nos vestibulares.
Já colégios tradicionais como o Vértice (primeiro no
Enem) e Santa Cruz, ambos
em São Paulo, afirmaram
que não mudaram nada devido à reformulação do Enem.
A edição 2010 do Enem,
que ocorre hoje e amanhã, é
a maior já feita desde a primeira edição do exame nacional, em 1998.
(ANDRESSA TAFFAREL, FÁBIO TAKAHASHI, PATRÍCIA GOMES E THIAGO AZANHA)
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