São Paulo, sábado, 06 de novembro de 2010

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Escolas começam a mudar currículo devido ao Enem

Conteúdo mais interdisciplinar e simulados são alterações mais citadas

Exame Nacional do Ensino Médio acontece hoje e amanhã, com 4,6 milhões de alunos inscritos em todo o país

DE SÃO PAULO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O Enem, exame que reúne hoje mais de 4,6 milhões de alunos de ensino médio de todo o país, já começou a mudar a cara da educação brasileira, segundo diretores de colégios particulares.
A Folha entrevistou nesta semana 25 dirigentes de escolas que estão entre as melhores no exame ou com mais matrículas; 12 já alteraram seus projetos pedagógicos devido à avaliação.
O Enem foi reformulado no ano passado e passou a servir como vestibular para universidades federais.
Ao dar mais peso à prova, o Ministério da Educação tenta induzir o sistema a moldar seus projetos ao exame, que previlegia integração das áreas do conhecimento e raciocínio ao aprofundamento do conteúdo das matérias.
O levantamento da reportagem indica que a ideia teve efeito, em ao menos parte da rede. Entre as mudanças citadas estão alteração no currículo, para torná-lo interdisciplinar, e a adoção de simulados ao estilo do Enem.
O Israelita Liessin, colégio do Rio que alcançou o 12º lugar no mais recente ranking do Enem, diz ter investido nas duas frentes.
"O estilo de prova prepara o jovem para habilidades de interpretação e argumentação, que são mais importantes para o futuro do que a retenção de conteúdos estanques", disse Clarice Dahis, diretora do ensino médio.
O Bandeirantes (SP) adotou um simulado aos moldes do exame. O Farias Brito (CE), um dos maiores do país, diz que já tinha seu conteúdo afinado com a proposta do Enem, mas passou a ter aulas extras de todas disciplinas após federal do Ceará aderir ao exame.
O carioca São Bento, terceiro no ranking das melhores escolas, disse ter incluído a língua espanhola no currículo. Neste ano, o Enem passou a cobrar questões de língua estrangeira no exame de linguagens. No momento da inscrição, o candidato optou entre inglês e espanhol.
Colégios como o Etapa (SP) e o Santo Antônio (BH) disseram que não mudaram o projeto devido ao Enem, mas já buscam aumentar a interdisciplinariedade desde a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases (1996) e mudança nos vestibulares.
Já colégios tradicionais como o Vértice (primeiro no Enem) e Santa Cruz, ambos em São Paulo, afirmaram que não mudaram nada devido à reformulação do Enem.
A edição 2010 do Enem, que ocorre hoje e amanhã, é a maior já feita desde a primeira edição do exame nacional, em 1998. (ANDRESSA TAFFAREL, FÁBIO TAKAHASHI, PATRÍCIA GOMES E THIAGO AZANHA)


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