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Falta recurso
para custear
ensino médio,
diz conselho
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O financiamento do 2º grau foi
uma das principais preocupações
manifestadas pelas entidades e especialistas que participaram ontem da audiência pública no CNE
(Conselho Nacional de Educação)
sobre a proposta de reforma curricular do ensino médio.
A proposta foi elaborada pelo
Ministério da Educação e está em
discussão no conselho, que só deverá votar o parecer sobre a questão no ano que vem.
A relatora da proposta no CNE,
Guiomar Namo de Melo, disse que
o ensino médio no país "praticamente não existe". "O financiamento do 2º grau até hoje se fez
como um passageiro clandestino
do navio do 1º grau", disse.
Do ponto de vista institucional,
segundo a relatora, pode-se contar
nos dedos as escolas que nasceram
com vocação para o 2º grau. "O
ensino médio não existe do ponto
de vista de financiamento. O fundão levará a um retrato nítido da
questão."
Pela lei, Estados e municípios devem destinar à educação 25% de
suas receitas. Pelo fundão, 15%
dos 25% devem ir para o ensino
fundamental (da 1ª à 8ª série). Os
outros 10% deverão financiar a
educação infantil e o 2º grau.
A Anped (Associação Nacional
de Pós-Graduação e Pesquisa em
Educação) também chamou a
atenção para a questão.
No texto de análise da proposta
de reformulação do ensino médio,
a entidade diz que nenhuma transformação importante no 2º grau
poderá ser obtida se não ocorrerem "importantes inversões de
recursos em educação".
"Com a implantação da subvinculação (os 15%), é possível prever
dificuldades no financiamento do
ensino médio público por parte
das secretarias estaduais da Educação, se não contarem com aporte de outras fontes de recursos",
defende o texto.
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