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SAÚDE
Especialistas, doentes e familiares se reúnem em Porto Alegre
Encontro no RS defende fim de
hospitais psiquiátricos no país
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
O fechamento dos hospitais psiquiátricos e a alteração dos Códigos Civil e Penal, nos pontos em
que tratam dos doentes mentais,
são temas do 3º Encontro Nacional
do Movimento da Luta Antimanicomial, que começou ontem e termina domingo, em Porto Alegre.
O evento conta com a participação de cerca de 1.500 pessoas, entre
profissionais da saúde (psiquiatras, psicólogos etc.), doentes
mentais e familiares de doentes.
A psicóloga Sandra Fagundes,
uma das coordenadoras do encontro, disse que o Movimento de Luta Antimanicomial quer a substituição dos hospitais psiquiátricos
por uma "rede de atenção", composta por centros de convivência e
lares transitórios, por exemplo.
Ela declarou que os doentes (são
feitas 600 mil internações por ano
no país) receberiam, nesses locais,
atendimento qualificado, ao contrário do que oferecem os hospitais, que "são instituições que excluem o paciente".
O deputado Paulo Delgado
(PT-MG), que participa do encontro, disse que "psiquiatra de manicômio é carcereiro de louco".
Ele disse que a "psiquiatria biológica" do HC de São Paulo, que dá
ênfase ao tratamento com drogas,
é um dos maiores focos de resistência à extinção dos manicômios.
"O Ministério da Saúde destina
R$ 300 milhões por ano para o tratamento fechado", disse Delgado,
identificando na liberação da verba um fator que motiva a resistência ao fechamento dos hospitais.
Os integrantes do movimento
querem que sejam suprimidos dos
Códigos Civil e Penal os conceitos
de incapacidade e periculosidade
atribuídos aos doentes mentais.
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