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CONTAMINAÇÃO
Aposentada de 50 anos foi encontrada morta depois de ter tomado a bebida suspeita de ter matado 11
Cachaça pode ter matado mulher na BA
CHRISTIANNE GONZÁLEZ
da Agência Folha, em Salvador
Após tomar cinco doses de cachaça suspeita de contaminação
por metanol, a aposentada Margarida Oliveira Freitas, 50, foi encontrada morta na manhã de ontem,
numa rua do centro de Lamarão,
cidade próxima a Serrinha (BA),
onde há 11 pessoas mortas sob suspeita de contaminação.
Segundo informações da polícia
de Serrinha (173 km a noroeste de
Salvador), Margarida havia tomado cachaça de fabricação clandestina em um bar de Lamarão com
quatro amigas. Elas não tiveram
nenhuma reação até ontem.
A polícia não soube informar
qual a origem da cachaça que teria
provocado a morte da aposentada.
A polícia informou também que,
segundo uma filha da vítima, antes
de morrer, a aposentada havia sentido os mesmos sintomas das outras 11 vítimas fatais que tomaram
a cachaça suspeita de contaminação em Serrinha -náuseas, dores
de estômago e cegueira.
Ontem à tarde, funcionários da
Polícia Técnica de Serrinha foram
enviados a Lamarão para colher
amostras do sangue de Margarida.
"É preciso constatar se há a presença de álcool e metanol no sangue da vítima", disse Antonio Jorge Calmon Siqueira, chefe da Vigilância Sanitária de Serrinha.
Caso seja confirmada a presença
de metanol no sangue da aposentada, sua morte será a primeira em
consequência da cachaça a ser registrada fora de Serrinha.
Internação
Anteontem à noite, o vigilante
Antonio José da Silva, 41, foi internado no Hospital Santana, em Serrinha, com os mesmos sintomas
das vítimas anteriores.
"Ao chegar ao hospital, Silva
confessou ter ingerido cachaça de
fabricação clandestina, mas seu
quadro de saúde permanece estável", disse o gerente administrativo do hospital, José Jean Silva de
Jesus.
O laudo das análises realizadas
em 17 amostras da cachaça suspeita de contaminação deverá ser divulgado hoje à tarde. Inicialmente,
ele estava previsto para ficar pronto amanhã.
Análises preliminares feitas por
peritos da Polícia Técnica detectaram a presença de metanol em todas as 17 amostras.
Até o final da tarde de ontem, os
peritos ainda não haviam concluído os exames que indicariam a dosagem do metanol (produto tóxico
utilizado principalmente como
combustível em carros de corrida)
e a eventual presença de outros
produtos químicos na bebida.
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