São Paulo, Segunda-feira, 06 de Dezembro de 1999


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EDUCAÇÃO

Fazer cursos nas férias exige negociação entre pais e filhos

da Reportagem Local

Para substituir as brincadeiras pelos cursos de férias, é preciso que os pais tenham o "aval" das crianças.
Essa é a opinião de especialistas ouvidos pela Folha, que acreditam que atividades extracurriculares durante o recesso escolar só valem a pena quando as crianças estão dispostas.
"É importante que elas se ocupem, mas sem que se sintam obrigadas a fazer alguma coisa. Reforço escolar é péssimo", afirma Silvia Gouvea, coordenadora-pedagógica do Colégio Nova Lourenço Castanho, na zona sudoeste de São Paulo.
Os profissionais partem do princípio de que as férias devem ser um momento para as crianças relaxarem. Isso não significa, no entanto, que elas não podem usar o tempo para aprender algo.
Se os pais trabalham e não podem viajar, mas também não querem deixar os filhos o dia inteiro jogando videogame ou assistindo televisão, os cursos podem ser uma boa opção desde que haja alguns critérios.
Para a psicopedagoga Silvia Amaral de Mello Pinto, 50, do Centro de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento, clínica interdisciplinar que realiza uma série de cursos nas férias, as atividades lúdicas são as melhores opções.
O centro realiza oficinas de teatro, expressão corporal, artes, poesia, entre outros. As crianças que têm dificuldade em matemática, por exemplo, podem optar pela oficina de jogos. Nesse curso, elas são estimuladas a desenvolver o raciocínio e outras habilidades por meio de brincadeiras.
Para Silvia, porém, é preciso ponderar. "O ideal é que o curso não seja realizado todos os dias para que a criança tenha um tempo livre para ela fazer o que quiser", afirma.
A psicopedagoga Nívea Maria de Carvalho Fabrício, 49, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, diz que quando o reforço é inevitável o caminho é negociar as férias com os filhos.
"Os pais podem propor aos filhos que as férias sejam divididas. Assim, eles podem ter metade do tempo livre", afirma.
De modo geral, no entanto, ela diz que as aulas devem ser evitadas porque só causam ansiedade nas crianças, o que pode até prejudicar o aprendizado.


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