|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO
Fazer cursos nas férias exige
negociação entre pais e filhos
da Reportagem Local
Para substituir as brincadeiras
pelos cursos de férias, é preciso
que os pais tenham o "aval" das
crianças.
Essa é a opinião de especialistas
ouvidos pela Folha, que acreditam que atividades extracurriculares durante o recesso escolar só
valem a pena quando as crianças
estão dispostas.
"É importante que elas se ocupem, mas sem que se sintam obrigadas a fazer alguma coisa. Reforço escolar é péssimo", afirma Silvia Gouvea, coordenadora-pedagógica do Colégio Nova Lourenço
Castanho, na zona sudoeste de
São Paulo.
Os profissionais partem do
princípio de que as férias devem
ser um momento para as crianças
relaxarem. Isso não significa, no
entanto, que elas não podem usar
o tempo para aprender algo.
Se os pais trabalham e não podem viajar, mas também não
querem deixar os filhos o dia inteiro jogando videogame ou assistindo televisão, os cursos podem
ser uma boa opção desde que haja
alguns critérios.
Para a psicopedagoga Silvia
Amaral de Mello Pinto, 50, do
Centro de Aperfeiçoamento e Desenvolvimento, clínica interdisciplinar que realiza uma série de
cursos nas férias, as atividades lúdicas são as melhores opções.
O centro realiza oficinas de teatro, expressão corporal, artes,
poesia, entre outros. As crianças
que têm dificuldade em matemática, por exemplo, podem optar
pela oficina de jogos. Nesse curso,
elas são estimuladas a desenvolver o raciocínio e outras habilidades por meio de brincadeiras.
Para Silvia, porém, é preciso
ponderar. "O ideal é que o curso
não seja realizado todos os dias
para que a criança tenha um tempo livre para ela fazer o que quiser", afirma.
A psicopedagoga Nívea Maria
de Carvalho Fabrício, 49, presidente da Associação Brasileira de
Psicopedagogia, diz que quando o
reforço é inevitável o caminho é
negociar as férias com os filhos.
"Os pais podem propor aos filhos que as férias sejam divididas.
Assim, eles podem ter metade do
tempo livre", afirma.
De modo geral, no entanto, ela
diz que as aulas devem ser evitadas porque só causam ansiedade
nas crianças, o que pode até prejudicar o aprendizado.
Texto Anterior: Assassinatos apresentam coincidências Próximo Texto: Estudante vai a curso de arte Índice
|