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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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Juiz proíbe filha de deixar o país

FABIANA CIMIERI
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude do Rio, Guaraci de Campos Vianna, determinou, na noite de ontem, que a filha mais velha do casal Staheli, de 13 anos, só pode deixar o Brasil com autorização judicial. O pedido foi feito pelo delegado titular da 16ª Delegacia de Polícia, Marcus Henrique Alves, que investiga o caso.
Horas antes, o advogado João Mestieri, que acompanhou a menina e o filho de dez anos dos Staheli em seu depoimento na Justiça, dissera que as crianças não iriam participar da reconstituição do crime e que voltariam "brevemente" aos EUA. Ele rechaçou a suspeita, levantada pela polícia, de que o crime tenha tido a participação de alguém da família.
O depoimento foi acompanhado pelo pai de Todd Staheli e pelo irmão de Michelle. Peritos e policiais civis e os dois agentes do FBI (a polícia federal americana) que acompanham a investigação foram impedidos de entrar na sala pela juíza Maria Angélica Guedes, do 4º Tribunal do Júri.
No depoimento das crianças -que durou duas horas e meia e não foi assistido pela imprensa-, o filho de 10 anos disse que a machadinha encontrada na casa é dele, não está com a lâmina afiada e foi comprada na Escócia. Segundo relato da assessoria do Tribunal de Justiça, o menino disse que, na véspera do crime, mostrou a machadinha a amigos.
Em seu depoimento, Jeffrey Turner, primeiro adulto a chegar à casa após o crime, disse que viu a machadinha, de manhã, num canto do banheiro da filha mais velha. Mais tarde, viu o objeto em outra posição no mesmo local.
Tanto a filha mais velha quanto o irmão disseram que, quando Turner e sua mulher, Carolyn, chegaram à casa, o portão estava destrancado. Segundo a menina, a mãe verificava, antes de dormir, se estava tudo fechado.
Tanto a menina de 13 anos quanto o garoto disseram que não havia nem jóias nem dinheiro no quarto do casal. A amiga Carolyn afirmou que Michelle deixou todos os objetos de valor nos EUA.
Questionada se tinha namorado, a adolescente afirmou que gosta de um garoto de 14 anos e que acredita ser correspondida.
A jovem disse que, há cerca de 15 dias, sumiu da casa uma flauta, de valor aproximado de US$ 200. Segundo ela, a mãe desconfiava da empregada.


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