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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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OPERAÇÃO CACIQUE

Blitz constata que 87% dos estabelecimentos têm inscrição irregular

Lojas da Pagé estão irregulares

CAIO JUNQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As secretarias estaduais da Segurança Pública e da Fazenda apresentaram ontem a estimativa preliminar da ação conjunta realizada na galeria Pagé, conhecido ponto comercial no centro de São Paulo. Os resultados da chamada Operação Cacique apontam irregularidades em todas as lojas da galeria.
Dos 170 estabelecimentos, 148 -87% do total- estavam com a inscrição irregular e 22 não tinham sequer inscrição. Foram apreendidos cerca de 20 mil sacos de mercadorias irregulares.
Segundo o delegado tributário José Clovis Cabrera, da 1ª Delegacia Regional Tributária -um dos coordenadores da operação-, para que a galeria Pagé volte a funcionar normalmente é necessário que os comerciantes regularizem sua situação.
"Se os comerciantes regularizarem as inscrições estaduais e adquirirem e venderem mercadoria com nota fiscal, poderão voltar a trabalhar", disse.
Porém, Cabrera informou que o Contru (Departamento de Controle do Uso de Imóveis) verificará se há irregularidade na galeria, o que poderá provocar a interdição do prédio.
Como resultado da Operação Cacique, os proprietários de 90% das mercadorias apreendidas serão indiciados por crime de descaminho (burlar o pagamento do imposto devido pela entrada, saída ou consumo da mercadoria). Em 8% dos casos, haverá indiciamento por crime de falsificação e, em 2%, por crime de sonegação.
O faturamento médio mensal da galeria Pagé é de R$ 17 milhões. O valor estimado das apreensões é de R$ 20 milhões.
Ontem foi iniciada uma operação pente-fino em todas as lojas da galeria. Logo no primeiro estabelecimento inspecionado, foi encontrada uma parede falsa, que escondia cerca de 50 toca-fitas roubados. Duas pessoas foram detidas.

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As camisetas dos policiais do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) que trabalharam na operação tinha um logotipo do Shop Tour -canal exclusivo de TV que comercializa produtos.
Para o diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt, não há nenhum problema nisso."Não considero uma irregularidade, foi uma doação. É "ilegalidade" preocupar-se com isso quando a polícia está fazendo um trabalho tão grande. É procurar piolho em ovo", disse.


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