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OPERAÇÃO CACIQUE
Blitz constata que 87% dos estabelecimentos têm inscrição irregular
Lojas da Pagé estão irregulares
CAIO JUNQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
As secretarias estaduais da Segurança Pública e da Fazenda
apresentaram ontem a estimativa preliminar da ação conjunta
realizada na galeria Pagé, conhecido ponto comercial no
centro de São Paulo. Os resultados da chamada Operação Cacique apontam irregularidades
em todas as lojas da galeria.
Dos 170 estabelecimentos, 148
-87% do total- estavam com
a inscrição irregular e 22 não tinham sequer inscrição. Foram
apreendidos cerca de 20 mil sacos de mercadorias irregulares.
Segundo o delegado tributário
José Clovis Cabrera, da 1ª Delegacia Regional Tributária -um
dos coordenadores da operação-, para que a galeria Pagé
volte a funcionar normalmente
é necessário que os comerciantes regularizem sua situação.
"Se os comerciantes regularizarem as inscrições estaduais e
adquirirem e venderem mercadoria com nota fiscal, poderão
voltar a trabalhar", disse.
Porém, Cabrera informou que
o Contru (Departamento de
Controle do Uso de Imóveis) verificará se há irregularidade na
galeria, o que poderá provocar a
interdição do prédio.
Como resultado da Operação
Cacique, os proprietários de
90% das mercadorias apreendidas serão indiciados por crime
de descaminho (burlar o pagamento do imposto devido pela
entrada, saída ou consumo da
mercadoria). Em 8% dos casos,
haverá indiciamento por crime
de falsificação e, em 2%, por crime de sonegação.
O faturamento médio mensal
da galeria Pagé é de R$ 17 milhões. O valor estimado das
apreensões é de R$ 20 milhões.
Ontem foi iniciada uma operação pente-fino em todas as lojas da galeria. Logo no primeiro
estabelecimento inspecionado,
foi encontrada uma parede falsa, que escondia cerca de 50 toca-fitas roubados. Duas pessoas
foram detidas.
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As camisetas dos policiais do
Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubo e Assalto) que
trabalharam na operação tinha
um logotipo do Shop Tour
-canal exclusivo de TV que comercializa produtos.
Para o diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre
o Crime Organizado), Godofredo Bittencourt, não há nenhum
problema nisso."Não considero
uma irregularidade, foi uma
doação. É "ilegalidade" preocupar-se com isso quando a polícia está fazendo um trabalho tão
grande. É procurar piolho em
ovo", disse.
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