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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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Porteiro perde 13º ao tentar libertar filho

DA REPORTAGEM LOCAL

Com a voz embargada e o olhar distante, o porteiro Mário Bezerra conta que juntou o seu 13º salário "mais um dinheiro emprestado" para pagar ao homem que se fazia passar pelo advogado Jonas Verissimo, na esperança de conseguir tirar seu filho de 22 anos do CDP de Guarulhos. "Tinha acabado de receber o dinheiro e peguei mais um empréstimo para entregar R$ 1.500", diz.
Pela promessa, em seis dias seu filho Marcelo estaria em casa, devido a uma "liminar provisória". Os dias se passaram, o filho não foi libertado, o telefone do falso advogado não atendia e o escritório onde o dinheiro tinha sido entregue estava vazio. "Fui à OAB procurar o doutor Jonas e me deram um telefone. Liguei para ele na sexta-feira. Aí ele me explicou que não tinha sido ele. Até então eu não sabia", conta.
Bezerra diz que seu filho -preso há um ano e três meses, acusado de participação num sequestro- ainda não sabe do ocorrido. "Ele acha que vai sair. O homem dizia que conhecia juízes, promotores, que conseguia libertar os presos. A gente fica com esperança."
A situação de Bezerra é parecida com à da desempregada Luiza Amorim, cujo marido está preso acusado de homicídio, sentiu ao saber que a mulher com quem tinha falado não era advogada. Amorim conversou com uma mulher que se fez passar pela advogada Roxane Elisa de Oliveira Campos.
"Contei o caso e ela disse que retornaria. Pouco depois ela ligou e já sabia de todos os dados do meu marido, detalhes do processo. Não tinha como se enganar. Parecia tão real."


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