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Porteiro perde 13º ao tentar libertar filho
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a voz embargada e o
olhar distante, o porteiro Mário Bezerra conta que juntou o
seu 13º salário "mais um dinheiro emprestado" para pagar ao homem que se fazia passar pelo advogado Jonas Verissimo, na esperança de conseguir tirar seu filho de 22 anos
do CDP de Guarulhos. "Tinha
acabado de receber o dinheiro
e peguei mais um empréstimo
para entregar R$ 1.500", diz.
Pela promessa, em seis dias
seu filho Marcelo estaria em casa, devido a uma "liminar provisória". Os dias se passaram, o
filho não foi libertado, o telefone do falso advogado não atendia e o escritório onde o dinheiro tinha sido entregue estava
vazio. "Fui à OAB procurar o
doutor Jonas e me deram um
telefone. Liguei para ele na sexta-feira. Aí ele me explicou que
não tinha sido ele. Até então eu
não sabia", conta.
Bezerra diz que seu filho
-preso há um ano e três meses, acusado de participação
num sequestro- ainda não sabe do ocorrido. "Ele acha que
vai sair. O homem dizia que conhecia juízes, promotores, que
conseguia libertar os presos. A
gente fica com esperança."
A situação de Bezerra é parecida com à da desempregada
Luiza Amorim, cujo marido está preso acusado de homicídio,
sentiu ao saber que a mulher
com quem tinha falado não era
advogada. Amorim conversou
com uma mulher que se fez
passar pela advogada Roxane
Elisa de Oliveira Campos.
"Contei o caso e ela disse que
retornaria. Pouco depois ela ligou e já sabia de todos os dados
do meu marido, detalhes do
processo. Não tinha como se
enganar. Parecia tão real."
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