São Paulo, terça-feira, 06 de dezembro de 2005

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SAÚDE

Acusado de estelionato, Bruno Molinari faz greve de fome na prisão

Médico suspeito por morte de paciente é suspenso na Bahia

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O Conselho Regional de Medicina da Bahia suspendeu, por tempo indeterminado, o registro do médico Bruno Molinari. Ele está preso em São Paulo desde a semana passada sob acusação de estelionato e falsidade ideológica e também responde a inquérito policial pela morte de uma paciente. Na última sexta-feira, Molinari também foi suspenso pelo conselho do Estado de São Paulo.
Ontem a Justiça paulista também negou os pedidos de liberdade provisória e relaxamento da prisão em flagrante, feitos na semana passada pela defesa de Molinari. A advogada Ludimila de Vasconcelos Leite Groch disse que vai entrar com habeas corpus no Tribunal de Justiça.
Molinari é acusado de se apropriar e de revender irregularmente medicamentos fornecidos pela rede pública de saúde para tratamento de pacientes soropositivos que sofrem de lipodistrofia (perda de massa muscular).
O médico também responde a um inquérito pela morte da advogada e professora Silvana Maria Turine Augusto, 37. Ela se submeteu a uma hidrolipoaspiração em sua clínica em novembro e morreu de parada cardiorrespiratória.
Com a decisão do Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), Molinari não pode exercer a profissão nem em São Paulo nem na Bahia, onde mantém uma clínica em Salvador.
Assim como aconteceu em São Paulo, a clínica baiana foi interditada pela Vigilância Sanitária Estadual por não possuir alvará sanitário de funcionamento e por armazenar medicamentos com prazo de validade vencidos.
Segundo Jorge Cerqueira, vice-presidente do Cremeb, Molinari é o primeiro médico na história do conselho baiano a receber a suspensão cautelar.
"Há fortes indícios de imprudência, negligência e imperícia. Além disso, há fundado receio de que ele poderia continuar causando lesões graves ou de difícil reparação antes do final do processo."
Até o mês passado Molinari tinha quatro investigações em andamento na Bahia. Ontem, segundo Cerqueira, eram sete.
Molinari entrou ontem no 5º dia de greve de fome.


Colaborou a Agência Folha

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