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MEMÓRIA PERDIDA
Pela 2ª vez, Promotoria solicita afastamento de presidente
Instituto sofre pedido de intervenção
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público pediu ontem à Justiça uma intervenção no
Instituto Histórico Geográfico de
São Paulo e o afastamento de sua
presidente por suspeita de irregularidades, como má administração e venda de objetos raros.
No último final de semana, o
instituto sofreu o maior furto de
sua história. Segundo a presidente
da entidade, Nelly Martins Ferreira Candeias, os ladrões levaram
mais de 30 itens do acervo histórico, entre eles escritos de d. Pedro
1º e d. Pedro 2º e relíquias da Revolução Constitucionalista de 32.
Essa é a segunda vez que a Promotoria do Meio Ambiente da
Capital -que também atua na
defesa do patrimônio histórico-
solicita uma intervenção no instituto por parte da Secretaria Estadual de Cultura e a destituição de
sua presidente. O instituto é uma
associação privada, sem fins lucrativos, criada em 1894.
Em meados do ano passado, os
promotores também sustentaram
má gestão e a suspeita de venda de
objetos raros em leilão. A 6ª Vara
da Fazenda Pública apenas proibiu que o acervo fosse vendido.
Ontem, no pedido de liminar
(decisão rápida e provisória), a
promotora de Justiça Patrícia
Moraes Aude sustentou que o furto mostra que o instituto "está
abandonado e correndo risco de
dilapidação e deterioração".
Outras ações
Além da ação movida pelo Ministério Público na 6ª Vara da Fazenda Pública, a presidência do
instituto é alvo de outro processo
na área cível movido por um dos
sócios da entidade. Também nesse caso, a Justiça negou o afastamento da presidente do instituto.
Segundo a Folha informou ontem, o maior furto do acervo
ocorreu quando o instituto estava
prestes a sofrer uma perícia judicial em sua contabilidade e no seu
acervo de peças e documentos
históricos.
A perícia foi determinada pela
13ª Vara Cível de São Paulo. O
profissional que iria fazer a vistoria já estava nomeado pelo juiz.
Para o advogado Renato Gomes
Sterman, que atua nessa ação judicial, o furto vai prejudicar a vistoria, que também inclui um inventário do acervo. A perícia deve
ser concluída no primeiro semestre de 2006.
O furto no instituto está sendo
investigado pelo 1º DP (praça da
Sé). Ex-funcionários confirmaram à polícia denúncias de má
gestão do instituto.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público,
também apura suspeita de comercialização ilegal de obras raras
do instituto desde maio de 2005 e
a possibilidade da existência de
um quadrilha especializada.
Segundo o promotor de Justiça
José Reinaldo Carneiro, a investigação do Gaeco foi um desdobramento, na área criminal, da ação
proposta pela Promotoria do
Meio Ambiente. Um inquérito
policial foi aberto pela Delegacia
Seccional Centro em maio, mas
ainda não teve conclusão, segundo o promotor.
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