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CRIME
Mulher e filha não estavam em casa e escaparam; segundo delegado, ex-empresário teria premeditado mortes
Vendedor mata mãe, 2 filhos e se suicida
CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
da Agência Folha, em Belo Horizonte
e ROSALI FIGUEIREDO
em Belo Horizonte
O vendedor autônomo de computadores e ex-empresário Stênio
Abrahim, 42, matou dois de seus
filhos, de 16 e 10 anos, a mãe, Jaura
Abrahim, 80, e suicidou-se com
um tiro na boca anteontem em Belo Horizonte.
Abrahim usou dois revólveres,
calibres 38 e 22, para atingir Stênio
de Almeida Franco Abrahim, 16,
Steiner Franco Abrahim, 10, além
da mãe. O crime aconteceu nos
dois apartamentos conjugados de
seis quartos da família, no centro.
A sua mulher, Gleusa de Fátima
Franco Abrahim, e sua filha,
S.A.F.A., 12, escaparam da morte
porque não estavam em casa.
Segundo parentes e amigos,
Abrahim vinha ameaçando matar
toda a família. Ele enfrentava problemas financeiros havia dois anos
e fazia tratamento com antidepressivos, segundo parentes.
O delegado Otto Teixeira, da Divisão de Homicídios de Belo Horizonte, afirmou que Abrahim premeditou os crimes.
Duas caixas de munição foram
encontradas nos apartamentos,
além de 11 balas no bolso de sua
calça. Segundo Teixeira, foram
disparados 11 tiros e havia sinais de
pólvora nas mãos de Abrahim.
Laudo parcial da necropsia confirmou, segundo o legista Júlio César Marra, a hipótese do triplo homicídio acompanhado de suicídio.
Perseguição
Os primeiros seis atingiram Stênio, o filho mais velho, no braço,
tórax e cabeça. Ele estava em um
dos quartos e tentou se proteger
com os braços, segundo Marra.
Segundo informações fornecidas
pelo delegado e o legista, em seguida Abrahim acertou o filho mais
novo, Steiner, no corredor de ligação entre os apartamentos.
Ferido, o garoto correu, mas
acabou sendo atingido na cabeça.
Depois, Abrahim foi até a sala de
TV da casa, onde matou a mãe
com dois tiros na cabeça. Em seguida, suicidou-se.
Os crimes teriam ocorrido por
volta das 17h30, dez minutos após
Abrahim ter mandado a empregada, Maria das Graças Castro Soares
da Silva, entregar uma carta ao
amigo Edson Pascoal Marcolino,
em que estariam explicadas as razões dos crimes.
Os corpos foram encontrados
por Marcolino e por Gleusa Franco Abrahim no início da noite.
Segundo uma moradora do
apartamento 106, duas sequências
de disparos foram ouvidas por volta das 17h30, mas ninguém tomou
providência porque não havia sinais de violência ou assalto.
Segundo uma amiga da família,
Estelita Palhares, Gleusa estava retornando de Contagem, onde leciona balé. Ela teria encontrado o
apartamento trancado por dentro
e, após conversar com o garagista,
do prédio soube dos disparos.
Acompanhada por Marcolino e
por um soldado da PM, eles teriam
arrombado a porta e encontrado
os mortos.
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